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    Operação Sexta-feira 13 inclui doleiros e empresários; oito são presos

    da Folha Online

    13/11/2009 13h11

    A operação sexta-feira 13, deflagrada pela Polícia Federal no Rio de Janeiro, inclui doleiros e empresários, suspeitos de lavagem de dinheiro, fraude em licitações e evasão de divisas.

    Até agora são oito presos e há outros quatro com o mandado de prisão expedido. A PF também cumpre 29 mandados de busca e apreensão no Rio e em São Paulo, inclusive em escritórios de advocacia "especializados em blindagem patrimonial fraudulenta".

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    O Ministério Público Federal denunciou o grupo por lavagem de dinheiro e crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. A ação é derivada da operação Roupa Suja, ocorrida em agosto de 2005.

    Segundo a PF, durante as buscas realizadas na operação Roupa Suja, que desbaratou um esquema de corrupção e fraudes em licitações para prestação de serviços e fornecimento de medicamentos para hospitais públicos, reuniram-se diversos documentos que possibilitaram identificar contas mantidas clandestinamente no exterior para lavagem de dinheiro.

    Quadrilha

    Foi o MPF no Rio de Janeiro que denunciou à Justiça e pediu a prisão preventiva da quadrilha que inclui doleiros e empresários.

    As investigações são conduzidas pelos procuradores da República Carlos Alberto Aguiar e José Augusto Vagos, e a denúncia abrange 21 suspeitos --entre eles os 12 com prisão decretada.

    Eles vão responder pelos crimes de evasão de divisas, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e formação de quadrilha. As penas variam de acordo com o número de vezes em que cada crime foi cometido. Entre os réus, estão Vitorio Tedeschi e Altineu Pires Coutinho, que o MPF afirma serem os líderes das quadrilhas presas na operação Roupa Suja e condenados a 14 anos de reclusão em primeira instância.

    Segundo o MPF, a ocultação e lavagem de patrimônio ilícito teriam alcançado dezenas de milhões de dólares, "podendo ser produto de vários outros crimes altamente rentáveis como na hipótese em que boa parte dos recursos proveio de ganhos com fraudes em licitação apuradas em 2005".

    Doleiros

    Segundo o MPF, toda a engenharia financeira montada para ocultar o patrimônio dos suspeitos foi concebida e executada pelos escritórios dos doleiros Chaim Henoch Zalcberg, Antônio Wanis Filho, Rosane Messer e Dario Messer, com o uso de contas na Suíça e nos EUA, "abastecidas por operações de câmbio levadas a efeito pelo esquema dólar-cabo e de empresas offshore e laranjas".

    Entre os 21 réus do novo processo, estão doleiros já investigados em outras oportunidades.

    "Essa segunda fase demonstra que as instituições responsáveis pela repressão penal têm consciência da necessidade de se acabar de vez com esquemas de lavagem de dinheiro, sendo especialmente oportuna neste momento em que o Brasil está prestes a ser avaliado por órgãos externos sobre seu grau de eficiência nesse combate', afirmam os procuradores da República Carlos Alberto Aguiar e José Augusto Vagos.

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