A companhia Rusal (Russian Aluminium) conseguiu um acordo com credores, na maior operação de reestruturação de dívida na história da Rússia. A operação abre caminho para que a endividada companhia levante cerca de US$ 2 bilhões em uma emissão de ações, afirmaram fontes do setor bancário nesta quarta-feira.
A Rusal, controlada pelo magnata industrial Oleg Deripaska, encerrou praticamente um ano de duras negociações sobre sua dívida em moeda estrangeira de US$ 7,4 bilhões quando um fundo britânico concordou esta semana em aderir a um grupo de mais de 70 instituições internacionais credoras que haviam aceito a reestruturação, citaram as fontes.
O acordo será assinado em breve, segundo uma fonte do setor bancário ouvida pela Reuters. Deripaska, o homem mais rico da Rússia antes da crise financeira, ergueu a maior produtora de alumínio do mundo antes do colapso global dos preços dos metais ter deixado a empresa incapaz de cumprir compromissos de dívida que agora ultrapassam os US$ 16 bilhões.
O sucesso da companhia na reestruturação da parte internacional de sua dívida está sendo visto por muitos analistas como um termômetro do apetite dos investidores por exposição mais prolongada à Rússia.
Uma porta-voz da Rusal não comentou o assunto. Chamadas ao fundo Blue Crest, em Londres, indicado pelas fontes como sendo o último a aceitar a reestruturação, não foram atendidas.
A Rusal planeja listar cerca de 10 por cento de suas ações em Hong Kong e Paris este ano ou no início do próximo e já assegurou apoio estatal para o IPO (lançamento inicial de ações, na sigla em inglês).