Onze companhias interessadas em participar do projeto da Usina Hidrelétrica de Belo Monte --que será construída no rio Xingu (PA)--, no espaço aberto pela saída do Grupo Bertin, começaram a receber hoje uma carta em tom de ameaça assinadas por 17 entidades ligadas ao Movimento Xingu Vivo para Sempre, que organiza as ações contrárias ao projeto.

Na mensagem, as empresas são alertadas sobre os riscos associados ao projeto, sobretudo em relação ao custo da construção, à baixa capacidade de geração de energia e à instabilidade jurídica gerada pelas ações que tramitam na Justiça.

Além disso, as organizações prometem uma campanha de "grande alcance nacional e internacional" contra a empresa.

"Essa campanha persistente certamente trará consequências significativas para a reputação desta empresa, nas esferas nacional e internacional", dizem as entidades ao encerrarem a carta.

A ação das entidades foi confirmada com um texto no blog mantido pelo Movimento Xingu Vivo, que reúne 17 organizações religiosas, sociais e ambientalistas da região do Xingu (PA).

Entre as empresas que foram alvo da carta estão Vale, Alcoa do Brasil, Arcelor Mittal Inox Brasil, Camargo Corrêa, China Three Gorges Corporation, CSN, EBX, Gerdau, State Grid, ThyssenKrupp CSA Siderúrgica do Atlântico e Votorantim Energia.

Todas anunciaram estudos para avaliar a participação no Consórcio Nesa (Norte Energia S.A), criado para a construção e operação de Belo Monte. Associações ligadas às empresas repudiaram a iniciativa, mas nenhum representante quis falar abertamente sobre o episódio.

A ação não deverá parar nas cartas. As organizações contrárias a Belo Monte iniciaram uma campanha nas redes sociais, principamente no Twitter.

	Editoria de Arte/Folhapress