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    Furacão Sandy fecha Bolsa de NY e derruba negócios com ações no Brasil

    TONI SCIARRETTA
    DE SÃO PAULO

    29/10/2012 18h14

    Um furacão em Nova York a três dias de um feriado no Brasil. A combinação derrubou pela metade o volume de negócios na BM&F Bovespa, lembrando o quanto o mercado brasileiro está distante de virar as costas para o que ocorre nos Estados Unidos.

    O desencontro ocorre uma semana após a Bovespa manter, pela primeira vez em vários anos, a abertura do pregão às 10h (horário de Brasília) no horário de verão, deixando os operadores sem a referência dos EUA durante 1h30min. Até então, a Bolsa atrasava para as 11h.

    Ontem, os negócios na Bovespa somaram R$ 3,5 bilhões --a Bolsa gira normalmente R$ 7 bilhões. Com poucos negócios, fica arriscado para os operadores fazerem apostas que depois poderão se arrepender.

    "Qualquer entrada ou saída de recursos distorce os preços das ações", disse Marcelo Varejão, da Socopa. O índice fechou em leve queda, de 0,17%.

    Para Andre Sacconato, diretor da Brain, instituto que visa tornar São Paulo um centro financeiro regional, o que está acontecendo não é exclusividade do Bovespa. "Não é um reconhecimento da nossa fraqueza, mas da força da Bolsa de Nova York."

    A calmaria promete se repetir até amanhã, quando os mercados podem reabrir.

    PETROBRAS

    Investidores também reagiram mal aos resultados da Petrobras no terceiro trimestre. "Essa queda recente da Bolsa é reflexo de fracos resultados corporativos do terceiro trimestre", disse o gestor Flávio Barros, da Grau Gestão de Ativos.

    "Por mais que a perspectiva seja de melhora da economia no fim do ano e em 2013, os números concretos são ruins e a Bolsa acaba precificando isso", acrescentou Barros.
    O resultado abaixo do previsto divulgado pela Petrobras na noite da sexta-feira pesou nas ações --a preferencial caiu 3,39% nesta segunda-feira.

    A estatal teve queda de 12% no lucro líquido do terceiro trimestre na comparação anual, e viu sua produção no Brasil em setembro cair para o menor patamar desde 2008.

    O recuo do Ibovespa foi limitado pelo movimento da ação da petroleira OGX, que inverteu o sinal e fechou em alta de 2,67%, após ter caído mais de 5% na última sexta-feira.

    As siderúrgicas Usiminas e Gerdau subiram 2,06% e 1,65%, respectivamente. As companhias divulgam seus resultados do terceiro trimestre nesta semana.

    A preferencial da mineradora Vale fechou com valorização de 0,39%, a R$ 36,09.

    No exterior, o principal índice europeu de ações caiu 0,34%, sob o peso das seguradoras, por expectativas de que o setor terá seus lucros duramente afetados pelos custos resultantes da passagem do furacão nos EUA.

    Com Reuters

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