O Ministério da Agricultura deve se pronunciar hoje sobre um possível caso de doença da vaca louca ocorrido no Estado do Paraná há cerca de dois anos.
Segundo a Folha apurou, o governo brasileiro aguarda o resultado de testes realizados no Reino Unido com amostras do animal para confirmar se de fato ocorreu a doença, inédita no Brasil.
O país é um dos principais fornecedores mundiais de carne bovina. Neste ano, as exportações deverão superar os US$ 5 bilhões.
Se o caso for confirmado, o produto brasileiro poderá sofrer restrições em vários mercados. No entanto, por se tratar de um caso isolado e passado, a extensão de um embargo tenderia a ser reduzida.
Atualmente, o Brasil tem um status de risco considerado "insignificante" na OIE (Organização Mundial para a Saúde Animal) para esse tipo de doença, ao lado de países como Argentina e Chile.
O caso mais recente de doença bovina de grandes proporções no Brasil foi a ocorrência de febre aftosa em Mato Grosso do Sul, em 2005, quando o país sofreu sérias restrições no mercado externo. Alguns países só voltaram a comprar a carne brasileira recentemente.
Os EUA foram o palco do mais recente caso de mal da vaca louca, em abril.
ENTENDA
A encefalite espongiforme bovina, nome científico do mal da vaca louca, foi identificada pela primeira vez no Reino Unido, em 1985.
A doença provoca a degeneração do sistema nervoso central.
A doença se caracteriza pela aparição de sintomas de nervosismo nos bovinos, que os leva invariavelmente à morte num período que pode variar de um a seis meses.
Nos humanos, a versão da encefalite espongiforme bovina leva o nome de mal de Creutzfeldt-Jakob. A doença provoca a perda da coordenação motora e leva o doente à demência e à morte.