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    Títulos pós-fixados são mais rentáveis com perspectiva de alta de juros neste ano

    MARIA PAULA AUTRAN
    DE SÃO PAULO

    07/03/2013 03h00

    O governo ainda não aumentou a Selic, a taxa básica de juros da economia, que segue em 7,25% ao ano, o menor valor da história. A perspectiva de economistas, no entanto, é que haja elevação nos próximos meses, caso a inflação não ceda.

    Nesse cenário, as aplicações de renda fixa ficam menos atraentes. Por isso, entre os títulos do governo, a recomendação de especialistas é escolher os papéis pós-fixados (LFT).

    O rendimento desses títulos é atrelado a indicadores econômicos, como a Selic. Portanto, se o índice sobe ou cai, eles seguem essa variação na remuneração ao investidor.

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    Já os títulos prefixados (LTN) têm uma rentabilidade predeterminada, se o investidor ficar com ele até o vencimento. Ou seja, quando compra o papel, a pessoa já sabe quanto receberá no final do período contratado.

    Editoria de Arte/Folhapress

    Eles são mais indicados quando o cenário é de queda nos juros, porque a Selic tem uma relação inversa com o valor desses papéis. Ou seja, quando a taxa de juros cai, o valor deles sobe.

    Há também os títulos indexados à inflação (NTN-B), que rendem o IPCA (índice oficial) mais um cupom de juros, que também tem uma relação inversa com a Selic, o que pode prejudicar o rendimento deles em tempos de alta de juros.

    "Para quem está na renda fixa, eu indicaria os pós-fixados. Como não temos nenhuma perspectiva de queda da taxa de juros, não tem expectativa de subida de valor dos preços dos prefixados", diz o professor da FGV William Eid.

    Ele alerta, no entanto, que o ideal diversificar o investimento entre títulos prefixados, pós-fixados e indexados à inflação. Dessa forma, o investidor pode captar os benefícios de diversas situações e não ser tão prejudicada caso sua escolha não seja a ideal em determinado cenário.

    Para o administrador de investimentos Fabio Colombo, os pós-fixados dão maior conforto para o investidor. "No pós-fixado você não tem o risco de acertar ou errar [em relação à taxa de juros]. E o ganho que você vai ter em um prefixado ou em um indexado à inflação às vezes não vale à pena o risco que você está correndo", afirma.

    Se o investidor quiser variar, Colombo recomenda colocar até 20% do dinheiro disponível para o investimento nos títulos em papéis indexados à inflação não muito longos.

    No ano passado, fundos que aplicaram nesses títulos renderam cerca de 20%, por causa da queda dos juros e do consequente aumento do valor de face dos papéis.

    Mas os especialistas alertam que rentabilidade passada não é garantia de ganho no futuro. Com uma alta na Selic, esse ganho pode não se repetir.

    Entre os fundos, os consultores recomendam os DI, que investem em papéis pós-fixados.

    Outra opção de investimento são os CDBs (Certificado de Depósito Bancário) pós-fixados. Eles rendem um percentual do CDI (Certificado de Depósito Interfinanceiro) e é preciso ficar atento a esse número. "Tem que ser a partir de 90% a 95% do CDI para valer a pena", diz Colombo.

    CUSTOS

    Vale lembrar que há custos que indicidem nos investimentos e que podem corroer o rendimento, dependendo do prazo em que o dinheiro fica aplicado.

    No caso dos títulos prefixados ou dos atrelados à inflação, se a pessoa fica com ele até o vencimento, receberá o que foi acordado e não sentirá as variações que podem ocorrer no valor do título. Mas, para vendê-lo antes, é preciso ficar atento aos custos, que podem não compensar a operação.

    A alíquota do Imposto de Renda, por exemplo, é maior quanto menor for o prazo que o dinheiro ficou aplicado.

    No Tesouro Direto, incide Imposto de Renda e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), além de taxa de corretagem, de custódia e emolumentos. No CDB, incidem IR e IOF. Nos fundos DI, taxa de administração, IR e IOF.

    Confira aqui os custos que indicem sobre cada tipo de investimento.

    Folhainvest

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