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    Mantega afirma que governo Dilma cumpriu tripé econômico

    SOFIA FERNANDES
    DE BRASÍLIA

    28/08/2014 13h50

    O ministro da Fazenda, Guido Mantega, saiu em defesa da política econômica do governo Dilma, durante coletiva à imprensa sobre a proposta orçamentária do governo federal para 2015, enviada nesta quinta-feira (28) ao Congresso.

    Mantega afirmou que o governo cumpriu o chamado tripé econômico "mais que os outros", mantendo a inflação dentro da meta, o câmbio flutuante e uma política de superavit primário.

    "Cumprimos sim o tripé, e mais do que outros, cumprimos mais do que o governo que nos antecedeu."

    "Tem um candidato que era presidente do Banco Central e que não entregou a meta de inflação", disse Mantega durante a coletiva, referindo-se ao candidato tucano Aécio Neves, que anunciou que, se eleito, nomeará como ministro da Fazenda o economista Armínio Fraga, ex-presidente da autoridade monetária.

    Candidatos à presidência como Marina Silva (PSB) e Aécio Neves têm feito reiteradas críticas à condução da economia do governo Dilma, de que esses parâmetros macroeconômicos têm sido desrespeitados.

    "Cumprimos câmbio flutuante, no passado não cumpriram, ao contrário, engessaram por quatro anos, resultando na crise de 99. Os personagens são os mesmos.", afirmou Mantega, referindo-se à política de câmbio não flutuante conduzida pelo então presidente Fernando Henrique.

    Segundo Mantega, a oposição defende um combate à inflação "de forma radical", e que isso o preocupa.

    "Não poderemos voltar aos juros estratosféricos que tínhamos no passado, só o setor financeiro se beneficiava."

    "Se estão criticando, vão fazer o contrário, em relação ao câmbio, subir juros. Até poderão ser bem sucedidos, mas vão criar recessão, desemprego, e a população vai regredir, na renda, na condição de vida, tudo isso corre o risco de ser revertido. Isso é muito perigoso."

    2015

    O governo apresentou nesta quinta-feira uma proposta de orçamento para o primeiro ano de mandato do próximo presidente.

    Pela projeção, a inflação será menor, de 5%, e o crescimento do PIB será de 3%.

    Pelas projeções mais recentes de economistas consultados pelo Banco Central, a inflação no próximo ano será de 6,28, e o PIB deve crescer 1,2%.

    "Ano que vem a equação será de menos inflação, mais crescimentro, mais aumento da arrecadação, mais crédito. Hoje o crédito está sendo deteriorado pelo crescimento mais moderado da economia. Mesmo a arrecadação vai aumentar. Faremos controle de despesas e, por isso, teremos um primário maior", afirmou Mantega.

    Segundo ele, o Banco Central deverá fazer uma política monetária mais expansionista, o que significa juros menores.

    Para o ano que vem, o governo também prevê um crescimento de 8,8% do salário mínimo, que deverá passar de R$ 724 para R$ 788,06.

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