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    Fundos e ações lucram com foco sustentável

    DE SÃO PAULO

    27/10/2014 02h21

    O investidor que quer inserir a sustentabilidade em suas aplicações encontra, no mercado, opções como fundos, ETFs (fundos de índices com cotas negociadas em Bolsa) e ações.

    A escolha vai depender de seu perfil e da disponibilidade que possui para procurar a melhor alternativa, afirmam especialistas.

    Caso queira investir por meio de fundos, uma opção são produtos que buscam acompanhar a variação de índices da Bolsa, como o ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) e o ICO2 (Índice Carbono Eficiente).
    Além disso, é possível comprar cotas de ETFs que replicam o ISE e o ICO₂.

    Para fazer parte do ISE, as empresas precisam preencher um questionário e comprovar que adotam práticas sustentáveis. Fazer parte do índice se tornou uma espécie de selo que atesta as atuações sustentáveis da companhia.

    "A performance desse índice tem sido melhor que a do Ibovespa nos últimos anos. As empresas que têm essa preocupação socioambiental ganham mais dinheiro e criam valor aos envolvidos", ressalta Alejandro Pinedo, professor do curso Sustentabilidade Empresarial do Insper, instituto de ensino.

    Desde janeiro de 2009, o ISE acumula uma valorização de 104,6%, enquanto o Ibovespa tem alta de 38,5%.

    Editoria de Arte/Folhapress

    CARBONO

    Já o ICO2 é composto pelas ações de empresas que participam de outro índice da Bolsa, o IBrX-50, que reúne as 50 ações mais negociadas na Bolsa.

    As companhias que aceitaram fazer parte do indicador adotam práticas transparentes com relação a suas emissões de gases.

    Desde que começou a ser listado, em junho de 2012, o ECOO11 –ETF que replica o ICO2– acumula valorização de 7,55%. Já o ISUS11, que espelha o ISE, tem alta de 20,3% desde que foi lançado, em novembro de 2011.

    Para investir em um dos dois ETFs, é preciso comprar pelo menos dez cotas. No caso do ECOO11, o desembolso é de R$ 540, de acordo com fechamento de sexta (24). Já no do ISUS11, o valor caía para R$ 239,40.

    Quem quiser aplicar nesse produto deve ficar atento à baixa liquidez, ou seja, à dificuldade de se desfazer das cotas. Além disso, há incidência de IR em caso de ganho de capital, na alíquota fixa de 15%, independentemente do prazo da aplicação.

    Há também taxas, como corretagem -incidente por operação de compra ou venda- e administração.

    AÇÕES

    Também é possível montar a própria carteira "sustentável", comprando ações de empresas com essas práticas.

    Uma arma que ajuda o investidor a identificar essas iniciativas são os relatórios de sustentabilidade, afirma Camila Araújo, do Centro de Governança Corporativa da Deloitte, que elabora esse tipo de publicação.

    "Levantamos quais as empresas que têm práticas de responsabilidade social e iniciativas diferentes de preservação do ambiente", afirma.

    Esses dados ajudam na tomada de decisão, afirma Fabiane Goldstein, sócia-fundadora da Ricca RI, empresa de relações com investidores. "Tem que olhar não só os indicadores financeiros, mas também esses dados. Tudo isso impacta o preço da ação."

    Quem não tem tempo para analisar esses dados pode escolher uma das empresas que fazem parte do ISE, recomenda Pinedo, do Insper. "Há empresas que publicam um só relatório integrado que junta demonstrativos e a parte de sustentabilidade. A performance dessas companhias costuma ser melhor do que a média de outras da Bolsa."

    Além de taxas, como a de corretagem, o investidor precisa pagar IR quando vende mais de R$ 20 mil por mês em papéis. Mas isso vale apenas quando há ganho de capital.

    Folhainvest

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