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    Dilma convida Joaquim Levy para assumir o Ministério da Fazenda

    VERA MAGALHÃES
    EDITORA DO PAINEL
    ANDRÉIA SADI
    VALDO CRUZ
    MARIANA HAUBERT
    JULIA BORBA
    DE BRASÍLIA

    21/11/2014 15h44

    A presidente Dilma Rousseff convidou Joaquim Levy para assumir o Ministério da Fazenda e Nelson Barbosa para o Ministério do Planejamento. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, foi convidado para permanecer no posto.

    Os escolhidos aceitaram os convites para a equipe econômica, mas o governo decidiu adiar para a próxima semana o anúncio oficial.

    A ida de Levy para a Fazenda teve apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

    Teve também o aval do presidente do Bradesco, Luiz Trabuco, primeira opção de Dilma para o lugar de Guido Mantega. Trabuco recusou o convite para atender ao pedido do presidente do Conselho de Administração do banco, Lázaro Brandão, que quer que o executivo o suceda.

    Com a postergação do anúncio, no entanto, assessores do Palácio do Planalto passaram a dizer que a presidente ainda pretende definir a área em que cada um atuará. As escolhas devem ser divulgadas até quinta-feira (27).

    O mercado reagiu bem à antecipação do convite a Levy, que foi secretário do Tesouro na equipe do ex-ministro Antonio Palocci e hoje é diretor-superintendente da Bradesco Asset Management.

    Nelson Barbosa, ex-secretário-executivo da Fazenda, atualmente é professor da Fundação Getulio Vargas.

    Durante a semana, Dilma conversou com os três futuros auxiliares separadamente. Ela ouviu cada um sobre os cenários econômicos de 2015 e todos concordaram que deve haver um ajuste fiscal no começo do ano.

    Além disso, avaliaram que será um bom sinal ao mercado um corte de despesas com seguro desemprego, pensões por morte e abono salarial, a fim de aumentar a economia feita pelo setor público para pagar juros da dívida. "Ela teve a sinalização de que haverá unidade na nova equipe", revelou um ministro.

    Fabio Braga/Adriano Vizoni/Folhapress
    Joaquim Levy irá assumir Ministério da Fazenda e Nelson Barbosa será titular do Planejamento
    Joaquim Levy irá assumir Ministério da Fazenda e Nelson Barbosa será titular do Planejamento

    O governo deve divulgar na próxima semana um pacote fiscal para garantir a economia de gastos de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2015. Neste ano, o Tesouro deve fechar com deficit primário.

    Depois que a composição da equipe econômica vazou, primeiramente na Folha e depois nos demais jornais e sites, houve reação de setores do PT e do governo.

    Um dos principais conselheiros de Dilma na montagem do governo, Aloizio Mercadante (Casa Civil) é um dos que manifestam dúvida sobre a nomeação de Levy, considerado próximo do PSDB e de Armínio Fraga, que seria o titular da Fazenda num governo de Aécio Neves (PSDB).

    Pessoas próximas a Levy, no entanto, dizem que ele dificilmente deixará sua posição no Bradesco se não for para comandar a economia. Da mesma forma, o nome de Tombini é considerado de baixa densidade num momento em que a economia patina e o governo precisa emitir sinais de força para o mercado. "Seria transformar o Ministério da Fazenda de uma vez em secretaria", opinou um membro do governo.

    SURPRESA

    Nesta sexta-feira (21), a Bolsa subiu cerca de 5% e o dólar caiu 2% com a expectativa do anúncio da nova equipe. No entanto, meia hora antes de o mercado fechar o Planalto afirmou que não divulgaria os nomes dos novos ministros.

    Dilma quer divulgar o ''pacote completo'' na economia: Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Agricultura e os bancos públicos, como Banco do Brasil e BNDES.

    Outra versão é que o Planalto quis esperar a votação do projeto de lei que altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias no Congresso, o que permitirá o descumprimento da meta fiscal.

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