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    o brasil que dá certo - educação

    Total de brasileiros estudando nos EUA salta com Ciência sem Fronteiras

    GIULIANA VALLONE
    DE NOVA YORK

    24/11/2014 02h00

    Está mais fácil ouvir o português nos corredores de universidades norte-americanas. De acordo com dados do International Institute of Education, o número de estudantes brasileiros nos EUA cresceu 22,2% no ano letivo iniciado em setembro de 2013.

    Foi o segundo ano consecutivo de aumento nesta proporção, depois de três períodos de variação baixa nos números. Hoje, são 13.286 alunos em faculdades no país, contra 8.767 cinco anos antes.

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    O grande responsável pelo aumento, segundo o presidente do IIE, Allan Goodman, é o programa federal Ciência Sem Fronteiras. Criado em 2011 com o objetivo de conceder 101 mil bolsas no exterior, o programa se tornou uma fonte de alunos estrangeiros -e receitas- para as universidades dos EUA.

    Na Universidade de Miami, beneficiada também pela grande concentração de brasileiros no Estado da Flórida, o número de estudantes cresceu 184% desde 2010.

    "O interesse pela instituição cresceu em vários países, mas os dados do Brasil são muito significativos. O número de alunos quase triplicou nos últimos quatro anos", diz o reitor, Thomas LeBlanc.

    Hoje Brasil fica em décimo lugar no ranking de países com mais estudantes nos EUA, à frente de todos os outros na América do Sul. Nas três primeiras posições estão China, Índia e Coreia do Sul.

    O programa, chamado nos EUA de Brazilian Scientific Mobility Program, paga os estudos e também um auxílio para os aprovados. Para receber alunos brasileiros, as universidades têm de se inscrever no programa.

    MENSALIDADES

    Hoje, 475 instituições norte-americanas podem abrigar estudantes vindos do país. "O programa é muito bom para os Estados Unidos. Nossos jovens não têm o costume de estudar fora, então esse contato com pessoas de outros países é importante, também ajuda em sua formação", diz Goodman, do IIE.

    "É uma boa experiência conviver com estudantes de todo o mundo. Isso é importante para os alunos norte-americanos, mas também para os estrangeiros", diz Monroe France, vice-presidente de Diversidade Estudantil da NYU (Universidade de Nova York). A NYU tem a maior concentração de alunos estrangeiros dos EUA.

    O interesse pela diversidade não é, no entanto, o único atrativo do programa brasileiro para as universidades norte-americanas.

    Como a maioria das instituições nos EUA, elas também foram afetadas pela crise econômica, cujas consequências ainda são sentidas no país. E, em muitas delas, ao menos um terço das receitam vem das mensalidades e taxas pagas pelos alunos.

    "Somos uma instituição alimentada principalmente por mensalidades. O que impulsiona nosso orçamento é o número de estudantes que pagam", afirma France. "Quando o governo de outro país pode garantir o pagamento dessas despesas para seus alunos, isso é bastante benéfico para nós."

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