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    Steve Jobs foi mais questionado que sucessor, Tim Cook, na Apple

    DE SÃO PAULO

    09/02/2015 02h00

    Como suceder Steve Jobs? Esta era uma das perguntas mais frequentes em agosto de 2011 quando Tim Cook assumiu o comando da Apple no lugar do visionário fundador da empresa. Mas, ao menos para os acionistas, a volta de Jobs à presidência da Apple foi muito mais questionada.

    Jobs retornou ao principal posto da Apple em setembro de 1997, 12 anos depois de deixar a empresa, e, três meses depois do regresso, as ações acumulavam queda de 14%.

    Monica M. Davey/Efe
    Tim Cook (à esquerda) e Steve Jobs, na sede da Apple em 2007
    Tim Cook (à esquerda) e Steve Jobs, na sede da Apple em 2007

    Cook, por sua vez, apesar das dúvidas que permeavam a sua chegada ao comando (a principal era de ser um executivo do dia a dia da empresa, e não uma pessoa criativa), encerrou o seu primeiro trimestre com uma queda mais modesta: 3%.

    A diferença no tratamento do mercado é explicada pelos momentos distintos da empresa e é um retrato do que costuma acontecer nas trocas de comando de companhias.

    Jobs voltou para uma companhia que vinha perdendo relevância no mercado de tecnologia, com receita em queda e acumulando prejuízos.

    Para conter essa situação, era preciso uma reviravolta, um cenário sempre visto com cautela por acionistas –mas que premiou quem manteve seu investimento: as ações subiram quase 7.000% no período de Jobs na presidência-executiva.

    Cook, mesmo com os questionamentos sobre sua capacidade como gestor principal pegou uma empresa em alta, líder de mercado e que tinha projetos encaminhados para os próximos anos.

    Ou seja, o lucro nos trimestres seguintes era quase uma garantia, a grande questão era sobre o sucesso da empresa no longo prazo.

    A resposta de Cook veio com novos iPhones e, principalmente, com produtos novos, como o Apple Watch e o Apple Pay, que levaram a empresa a áreas antes não exploradas (moda e finanças, por exemplo), recapturando um espírito de inovação que muita gente temia ter morrido com Jobs.

    A resposta dos investidores não foi tão estrondosa como a com Jobs (alta de 176% nas ações nos mais de três anos de Cook no posto principal), mas a situação da empresa é muito distinta.

    Se Jobs voltou para uma empresa em pleno declínio, Cook assumiu a Apple já como uma gigante. Ela é hoje a maior companhia do mundo em valor de mercado, avaliada em US$ 693 bilhões, 79% a mais do que a segunda colocada, a petroleira ExxonMobil, até pouco tempo atrás líder absoluta do ranking.

    Folhainvest

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