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    Brasil já perdeu US$ 12 bi com queda no preço de commodities, diz ministro

    ISABEL VERSIANI
    DE BRASÍLIA

    25/08/2015 13h02

    O ministro Armando Monteiro Neto (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) afirmou nesta terça-feira (25) que o país já perdeu US$ 12 bilhões neste ano em receitas de exportação com a queda dos preços das commodities e que os prejuízos tendem a se acentuar se as turbulências na China se agravarem.

    Os preços das commodities passaram a cair nos últimos três anos, após um longo ciclo de alta, como resultado, principalmente, da desaceleração do crescimento da China.

    "O mundo inteiro nessa hora tem os olhos voltados para a China, está acompanhando o desenrolar dessa crise e desse momento de instabilidade", disse o ministro, após participar de um seminário sobre política industrial. "O Brasil já sente os efeitos dessa desaceleração. Se houver um agravamento da situação, é evidente que teremos um efeito maior."

    As exportações brasileiras somaram US$ 113 bilhões de janeiro a julho, queda de 15,5% em relação ao mesmo período de 2014.

    Nas últimas semanas, as Bolsas chinesas sofreram fortes quedas, que se acentuaram na última segunda-feira (24), gerando turbulência nos mercados mundiais.

    Wu Wei/Xinhua
    (150709) -- BEIJING, julio 9, 2015 (Xinhua) -- Un hombre camina frente a una escultura de un toro en un distrito de negocios en Beijing, capital de China, el 9 de julio de 2015. Las bolsas chinas cerraron el jueves al alza con el Indice Compuesto de la Bolsa de Shanghai, el de referencia, ascendiendo un 5.76 por ciento respecto al día anterior de transacciones para situarse en 3,709.33 enteros, mientras que el Indice Compuesto de la Bolsa de Shenzhen subió un 4.25 por ciento, quedándose en 11,510.34 enteros. (Xinhua/Wu Wei) (rtg)
    Homem caminha em frente a estátua de touro em Pequim

    Apesar de dizer que o momento gera preocupação, Monteiro ponderou que o fato de a economia brasileira ser relativamente fechada minimiza o impacto da queda das exportações sobre o PIB (Produto Interno Bruto). Ele também disse esperar que a instabilidade leve o banco central americano a postergar uma elevação na taxa de juros, o que pode contribuir para uma estabilização do cenário.

    O secretário-executivo do Ministério do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que ainda é cedo para avaliar o impacto da crise na China sobre a economia global e brasileira, mas frisou as notícias são graves e que "estamos suscetíveis a uma grande mudança no cenário econômico mundial".

    Depois de apresentar em seminário projeções do governo apontando para uma recuperação da atividade no Brasil a partir do último trimestre de 2015, ele reconheceu que as estimativas poderão ter de ser revistas a depender de o que ocorrer na China.

    Oliveira afirmou, ainda, que no ano que vem o país tem de estar preparado para fazer um "esforço adicional" em sua política fiscal.

    "Toda essa perspectiva de retomada de crescimento depende de que a gente tenha uma estabilidade fiscal e de o governo demonstre uma capacidade de recuperação", afirmou.

    Segunda-feira negra - Fechamento das bolsas pelo mundo, em %

    CRISE NA CHINA

    A perda de valor das ações segue sinais de desaceleração da economia chinesa, cujo PIB aumentou 7% no segundo trimestre de 2015 —o crescimento de 7,4% em 2014 já havia sido o menor desde 1989.

    A desconfiança sobre o país aumentou após o Banco Central chinês ter flexibilizado a cotação da moeda no dia 11 de agosto de forma que o yuan se tornasse mais suscetível às variações de mercado. Desde então, a instabilidade gerada fez com que os mercados de ações globais perdessem mais de US$ 5 trilhões em valor.

    Naquele dia, a taxa de referência para a variação do preço da moeda foi desvalorizada em 2%, o que significou uma desvalorização de fato de 1,81% do yuan. Foi a maior depreciação da moeda desde o fim do câmbio fixo, em 2005. Ela foi seguida por mais dois dias de quedas.

    Apesar de o governo chinês classificar a desvalorização como pontual, o mercado levantou a suspeita de que ela duraria mais tempo, e indicava uma forte preocupação com a desaceleração da economia do país -um yuan mais fraco tende a tornar os produtos do país mais baratos para o resto do mundo e, consequentemente, a aumentar as exportações.

    Infográfico PIB Chinês

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