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    Rodada de licitação de áreas de petróleo começa com protestos no Rio

    NICOLA PAMPLONA
    LUCAS VETTORAZZO
    DO RIO

    07/10/2015 10h07

    Lucas Vettorazzo/Folhapress
    Protesto na abertura da 13ª Rodada de licitação de áreas de petróleo, no Rio de Janeiro
    Protesto na abertura da 13ª Rodada de licitação de áreas de petróleo, no Rio de Janeiro

    A 13ª rodada de licitações de áreas para exploração de petróleo no país começou nesta quarta-feira (7) com protestos de petroleiros e de comunidades indígenas, ambientalistas e agricultores.

    Enquanto do lado de fora do evento lideranças sindicais se manifestavam contra a "entrega das riquezas brasileiras às multinacionais", dentro um grupo de representantes indígenas e de movimentos ambientais questionavam os impactos da exploração de petróleo no Paraná, em São Paulo e no Acre.

    "Não invistam em fraturamento hidráulico para a exploração de gás não convencional no Brasil Do contrário, terão dezenas de ações públicas e nós, agricultores, contra vocês. Jamais aceitaremos silenciosamente à exploração de qualquer modelo de exploração não convencional pois primamos por nossas vidas", disse o representante do movimento Não Fracking Brasil, Juliano Bueno de Araújo, em discurso antes da abertura da rodada.

    Dados gerais -

    Fracking é o nome em inglês para fraturamento hidráulico, tecnologia que consiste na injeção de água com produtos químicos em altas pressões para fraturar o subsolo e permite a exploração de reservas não convencionais de petróleo e gás.

    "Em nome da Articulação dos Povos Indígenas, eu venho aqui também para dizer não ao fracking", disse Kretã Kaingang. Estavam presentes representantes das etnias Kaingang, Terena e Guarani.

    A preocupação se refere a áreas licitadas na 12ª rodada de licitações, em 2013, que teve áreas com foco em reservas não convencionais no Paraná e no Acre. Os manifestantes questionam o risco de contaminação de lençóis freáticos pelos produtos químicos usados no fraturamento.

    "Estamos solidários com os indígenas e dizemos não aos leilões do petróleo, que consideramos um crime lesa pátria", falou o representante dos petroleiros, Emanuel Cancella. A categoria realiza protestos antes dos leilões da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) desde a primeira rodada de licitações, em 1999.

    Locais dos blocos -

    Ao contrário de rodadas anteriores, porém, desta vez os manifestantes puderam discursar na sala onde será realizado o leilão, com autorização da diretora-geral da ANP, Magda Chambriard.

    Neste leilão, a ANP oferece 266 blocos exploratórios em 10 bacias sedimentares brasileiras.

    "Nesta rodada estamos persistindo na direção da exploração de gás em terra e também em bacias maduras para empresas de menor porte", disse a diretora-geral da ANP, em seu discurso de abertura.

    A expectativa do mercado é de grande disputa pelas bacias de Sergipe Alagoas, onde a Petrobras fez importantes descobertas nos últimos anos, e Parnaíba, que tem grande potencial para descobertas de gás natural.

    Áreas maduras, como as bacias potiguar (RN) e Recôncavo (BA), podem atrair o interesse de empresas de menor porte interessadas em ampliar o portfólio.

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