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    Petrobras não prevê revisão de perdas com corrupção, diz diretor

    LUCAS VETTORAZZO
    NICOLA PAMPLONA
    DO RIO

    12/11/2015 20h58

    O diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, disse nesta quinta (12) que a empresa não trabalha com a hipótese de rever as projeções de perdas com corrupção neste momento.

    Pela manhã, a Polícia Federal divulgou relatório que estima que as perdas chegaram a R$ 42 bilhões.

    "Não temos nenhuma informação adicional de nenhuma fonte que nos leve a acreditar que aquele número [os R$ 6,2 bilhões divulgados no balanço de 2014] está errado", afirmou o executivo, em coletiva para divulgação do resultado da empresa no terceiro trimestre e 2015.

    Ele lembrou que, além das perdas com corrupção, a companhia fez uma baixa no valor de ativos afetados pelo esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, no valor de R$ 44,3 bilhões.

    Lucro ou prejuízo líquido da Petrobras - Em R$ bilhões

    PERFIL DA DÍVIDA

    Segundo Monteiro, a empresa trabalha para renegociar o perfil de sua dívida, buscando financiamentos de prazo mais longo e alternativas ao mercado de capitais,

    "Espontaneamente, o mercado tem oferecido soluções para nossa dívida. Hoje tem US$ 25 bilhões em oferta de crédito na nossa mesa", disse o diretor.

    O alto endividamento da companhia é a principal preocupação de analistas. Ao fim do terceiro trimestre de 2015, a dívida bruta chegou a R$ 506 bilhões, inflada pela desvalorização do real.

    Este, ano, a empresa já captou US$ 14 bilhões —US$ 11 bilhões para 2015 e US$ 3 bilhões para o ano que vem. A expectativa é fechar, ainda em 2015, todas as captações necessárias para o próximo ano.

    Dívida líquida da Petrobras - Em R$ bi

    A estratégia, disse Monteiro, é buscar fontes alternativas de captação, uma vez que o mercado passou a precificar a empresa como grau especulativo após os rebaixamentos por agências de classificação de risco.

    Ele citou como exemplo operação fechada neste trimestre de venda de plataformas para posterior aluguel, no valor de US$ 2 bilhões. "São operações grandes, mas mais difíceis de concretizar", comentou.

    Segundo Monteiro, o processo de venda de ativos pode reduzir a necessidade de novas captações para o ano que vem. Este ano, a companhia deve concretizar apenas a venda da Gaspetro, que tem participação em distribuidoras de gás canalizado.

    Para o próximo ano, a meta é vender US$ 14,4 bilhões em ativos. A diretoria da empresa inicia no dia 16 um giro pelo mundo para negociar outras participações, passando pelo México, Estados Unidos, China e Canadá.

    "Há enorme interesse", garantiu Monteiro. Além da Gaspetro, a companhia tenta vender parte da BR, sua rede de gasodutos, térmicas e fatias em campos de petróleo.

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