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    Fundos do BTG Pactual reduzem participação na Equatorial Energia

    DE SÃO PAULO

    08/12/2015 13h27

    A Equatorial Energia, que controla distribuidoras no Maranhão e no Pará, informou nesta terça-feira (8) que fundos geridos pelo banco BTG Pactual venderam parte de sua participação acionária na companhia.

    Sem citar o volume de ações vendidas, a Equatorial afirmou em nota que os fundos ficaram com menos de 5% das ações ordinárias (com direito a voto) da empresa.

    "A alienação da participação acionária dos fundos tem por objetivo a mera realização de operações financeiras", destacou a Equatorial. Segundo a nota, a operação "não objetiva alterar a composição do controle da
    companhia" e "os fundos não têm o objetivo de atingir qualquer participação acionária em particular".

    Às 13h25 (de Brasília), as ações da Equatorial Energia, que fazem parte do principal índice da Bolsa brasileira, registravam alta de 0,76%, para R$ 35,63 cada uma. O Ibovespa perdia 1,98% no mesmo horário, para 44.329 pontos. Fora do índice, as units (conjuntos de ações) do BTG Pactual despencavam 14,7%, para R$ 14,99.

    CRISE NO BTG

    O banco BTG Pactual tem se desfeito de ativos para aumentar o dinheiro em caixa disponível em meio à crise que vive, após a prisão de seu ex-controlador, André Esteves.

    A agência internacional de notícias Bloomberg informou no último domingo (6) que o banco planeja vender até R$ 22 bilhões em carteiras de crédito (empréstimos feitos pelo banco). Procurado, o BTG não quis se pronunciar sobre o assunto.

    O jornal britânico "Financial Times" também noticiou a venda massiva de créditos do banco no domingo. Mas, de acordo com a publicação, o valor é ainda maior: R$ 50 bilhões.

    O BTG vem mantendo negociações com diversas instituições bancárias. Segundo a Folha apurou, o Bradesco arrematou créditos por R$ 1,15 bilhão.

    O Banco do Brasil é outra instituição que já acertou a compra de um lote de até R$ 1 bilhão e avalia se ampliará a aquisição para até R$ 2,5 bilhões em financiamentos, segundo executivos próximos às conversas ouvidos pela Folha. Itaú e Caixa também estudam adquirir parte da carteira.

    HISTÓRICO

    Esteves, preso em 25 de novembro, é suspeito de tentar obstruir as investigações da Operação Lava Jato da Polícia Federal.

    Receosos, investidores correram para sacar seu dinheiro. Sete dias após a prisão, os fundos do BTG haviam registrado saída de pelo menos R$ 9,2 bilhões.

    Para estancar a sangria, os sete principais sócios do banco assumiram o controle no lugar de Esteves e iniciaram uma operação de resgate.

    Além das carteiras de empréstimo, colocaram à venda participações em diversas empresas e acertaram com o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) um empréstimo de R$ 6 bilhões. Com essa linha, o BTG ganhará tempo para negociar a venda de ativos.

    O banco já vendeu sua participação na Rede D'Or, maior grupo de hospitais privados do país, por R$ 2,38 bilhões, e está disposto a repassar outras empresas.

    Em comunicado na sexta-feira passada (4), o BTG reconheceu que analisa a venda do recém-adquirido banco suíço BSI e de participações na empresa de recuperação de créditos Recovery, na varejista Leader, na rede de academias BodyTech, na companhia de compra e venda de imóveis comerciais BR Properties, na empresa de serviços navais Bravante e no UOL, empresa do Grupo Folha. O Pactual tem 5,9% de ações do UOL.

    Folhainvest

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