Alexandre Gentil/Divulgação | ||
![]() |
||
Casco de sonda de perfuração da Sete Brasil, no estaleiro BrasFELS, em Angra dos Reis (RJ) |
-
-
Mercado
Sunday, 16-Mar-2025 09:55:21 -03Fundo de pensão da Petrobras barra recuperação judicial da Sete Brasil
DAVID FRIEDLANDER
JULIO WIZIACK
DE SÃO PAULO
NICOLA PAMPLONA
DO RIO20/01/2016 02h00 - Atualizado às 15h31
Defendida pela maior parte dos sócios da Sete Brasil, a proposta de levar a empresa de sondas à recuperação judicial foi vetada pelo fundo de pensão Petros (da Petrobras) e pelo Santander em reunião nesta terça (19).
A recuperação judicial era defendida pela direção da própria Sete. Depois dos vetos, um grupo de sócios convenceu Petros e Santander a marcar outra reunião para discutir o assunto em 30 dias.
Com a Sete praticamente quebrada, a maior parte dos acionistas apostava na recuperação judicial para forçar a Petrobras a negociar com a empresa os contratos de aluguel de sondas de exploração de petróleo pendentes há mais um ano.
A estatal estimulou a criação da Sete, em 2010, para não arcar com os custos de construção das sondas, que alugaria depois para explorar o pré-sal.
Mas, com a queda no preço do petróleo e as duas empresas envolvidas na Operação Lava Jato, a estatal passou a apresentar obstáculos para assinar os contratos, segundo os acionistas da Sete.
A empresa hoje deve cerca de R$ 17 bilhões e também deixou de pagar aos estaleiros contratados para construir suas sondas.
Com a recuperação judicial, os sócios apostavam que seria possível forçar a Petrobras a voltar efetivamente à mesa de negociação.
REUNIÃO
Para ser aprovada, a proposta de recuperação judicial precisava do voto de 85% dos cotistas do FIP Sondas, fundo de investimento formado bancos e fundos de pensão que controla a Sete.
Só os 18% da Petros já seriam suficientes para derrubar a ideia. Mas o banco Santander, que ao mesmo tempo é sócio e credor da companhia, também ficou contra.
Outros dois acionistas, a Petrobras e o FI- FGTS (fundo de investimento administrado pela Caixa) se abstiveram de votar declarando conflito de interesse. A estatal é sócia e também cliente. A Caixa é credora e administra os investimentos do FI-FGTS.
O Bradesco, que também é sócio e credor, faltou.
AFASTAMENTO
Irritados com a posição da Petros, alguns acionistas passaram a cogitar, depois do encontro de ontem, impedir os representantes do fundo de votarem na próxima reunião, por conflito de interesses.
De acordo com essa visão, a Petros estaria agindo para inviabilizar a empresa, que, sem a recuperação judicial, ficaria mais vulnerável a um pedido de falência.
Por meio de nota, a Petros disse que votou contra porque não recebeu informações como "a projeção da necessidade de caixa mês a mês e a preparação de um plano de reestruturação completo". Por isso, não teria "elementos suficientes para definir sua estratégia em relação ao futuro da companhia". O Santander não se manifestou.
Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br
Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.brPublicidade -