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    Redes de franquia do interior miram SP para crescer

    RICARDO BUNDUKY
    DE SÃO PAULO

    05/09/2016 02h00

    Avener Prado/Folhapress
    Loja da rede de franquias de produtos naturais Via Verde no Itaim Bibi, em São Paulo
    Loja da rede de franquias de produtos naturais Via Verde no Itaim Bibi, em São Paulo

    O negócio vai bem no interior, obrigado. Mas levar a rede de franquias para a cidade de São Paulo pode fortalecer a marca e alavancar sua expansão. Segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising) em 2015, das 608 redes com operação na capital, 334 começaram fora do município. E muitas querem entrar.

    Segundo Altino Cristofoletti, vice-presidente da ABF, a queda do preço do aluguel nos últimos meses é um facilitador. "Muitas marcas não se arriscavam porque os custos eram altos. Hoje, vemos shopping com espaços vazios", diz.

    "São Paulo é um grande polo de expansão. Há muitos pontos para instalação, empreendedores e clientes querendo experimentar a marca. Isso faz com que ela cresça mais rapidamente", afirma Cristofoletti.

    Para prevenir riscos, é necessário fazer um estudo de geomarketing, analisando locais onde há mercado e a distância com os concorrentes, além de analisar custos logísticos operacionais na capital.

    "Deve vir para São Paulo a marca que tenha um conceito que caiba na cidade. Hábitos e costumes são diferentes entre as regiões. Produtos vendem bem numa localidade, mas não têm apelo em outra", diz Paulo Ancona, da consultoria Vecchi Ancona.

    Marcas que procuram a capital normalmente já têm maturidade na operação -ao fazer esse caminho, abrem unidades em grandes polos do interior, como Campinas, ou na região metropolitana.

    A Torcedor Esporte Clube, loja de artigos esportivos de Juiz de Fora (MG), aposta no mercado paulistano para crescer. "Times de futebol entre os maiores do país são de São Paulo", diz Yan Lopes, criador da rede.

    Segundo ele, uma vantagem de estar na cidade é a proximidade com os seus fornecedores. "Se uma camisa de time é lançada e não chega à loja no dia seguinte, perco o 'boom' inicial de vendas", afirma.

    A rede negocia um ponto comercial em um shopping da zona oeste. A dificuldade tem sido o preço da instalação - o local cobra luvas de R$ 300 mil e aluguel de R$ 17 mil.

    Uma estratégia das redes para entrar na capital é abrir unidades próprias para testar a operação antes de prospectar candidatos.

    A Via Verde, loja de produtos naturais fundada há 30 anos em Niterói (RJ), abriu uma unidade no Itaim Bibi (zona oeste da capital), em fevereiro. "São Paulo é um mercado em que não se pode se dar ao luxo de não estar. Decidimos operar a primeira loja para dar um passo certeiro na capital", afirma Bruno Carpes, administrador da rede.

    Danilo Verpa/Folhapress
    O empresário Aderbal Marchi da Rocha em sua casa em São Paulo
    O empresário Aderbal Marchi da Rocha em sua casa em São Paulo

    A marca já negociou 11 pontos comerciais na cidade enquanto faz a seleção dos franqueados -a previsão é que quatro deles abram até o final do ano.

    Segundo consultores, os primeiros empreendedores a operar franquias das marcas de fora da cidade podem pedir benefícios ou incentivos. "Vale negociar um desconto ou um parcelamento na taxa inicial, ou fazer o pagamento dos royalties após atingir determinado faturamento", diz Ancona.

    A comodidade foi ainda maior para o empresário Aderbal Marchi da Rocha, que abrirá em outubro na República (região central) a primeira franquia em São Paulo da Ortodontic, clínica odontológica de Londrina (PR).

    Para expandir, a marca usa um modelo no qual um investidor cuida da reforma do prédio e da montagem da loja em pontos comerciais selecionados. "O que me atraiu mais foi o baixo investimento inicial. Pesquisei a empresa em sites de reclamação e conversei com franqueados do outras cidades", afirma Rocha.

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