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    Guia da Micro, Pequena e Média Empresas (MPME)

    Turismo 'em casa' também é oportunidade de negócio

    REINALDO CHAVES
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    21/01/2017 23h30

    Folhapress
    SAO PAULO/SP BRASIL. 12/01/2016 - Raquel, proprietaria da Kombitur, uma agencia de turismo que leva as pessoas ate pontos turísticos de Sao Paulo em uma Kombi (fotografada na Vila Inglesa. Ela nao foi com a Kombi).(foto: Zanone Fraissat/FOLHAPRESS, ESPECIAIS)***EXCLUSIVO***
    A arquiteta Raquel Magalhães, da Kombitur, durante passeio turístico em São Paulo

    Fazer turismo sem sair da própria cidade está em alta. Tanto que a prática ganhou até um nome: "staycation".

    O conceito, resultado da junção dos termos em inglês "stay" (ficar) e "vacation" (férias), une o útil ao agradável, ou a economia ao lazer.

    A ideia é transformar moradores em turistas para explorar lugares que, normalmente, passam despercebidos no meio da rotina.

    "Esses moradores visitam diariamente lugares que em geral não têm tempo para apreciar. Há um encanto da descoberta", diz a arquiteta Raquel Magalhães, 34.

    Ela é dona da Kombitur, que organiza roteiros turísticos na Grande São Paulo. Os passeios duram de seis a oito horas, dependendo do trajeto, e custam R$ 100/hora.

    "Atendo cerca de 40 pessoas por mês, e um terço delas faz 'staycation', principalmente em janeiro e julho, com as férias escolares."

    Para o consultor do Sebrae-SP Alexandre Nunes Robazza, faz sentido investir nesse nicho mesmo durante a alta temporada.

    "Nessa época, os grandes centros, com exceção do litoral ou das cidades serranas, estão mais calmos, com menos trânsito. Isso ajuda a atrair o morador que não pode viajar", diz ele.

    Outra vantagem é econômica. "Em um ano em que as pessoas cortam gastos, o 'staycation' sai muito mais em conta. São passeios curtos e acessíveis", afirma.

    A plataforma HotelQuando.com usou seu modelo de negócio para conseguir atrair esse tipo de cliente. A start-up vende pacotes de três, seis, nove ou 12 horas em cerca de 700 hotéis do país.

    "Temos esse perfil principalmente em Brasília, São Paulo e Belo Horizonte, em especial no pacote de seis horas.

    Normalmente o cliente procura locais com piscina e sauna e almoça no próprio hotel", afirma o sócio da empresa, Max Campos, 25. "Em momentos de crise as pessoas buscam novas alternativas de lazer na própria cidade ", completa.

    Segundo Campos, 25% das reservas já são para "turistas" da própria cidade. O faturamento estimado para 2016 é de R$ 2 milhões e a perspectiva é chegar a R$ 10 milhões até o fim de 2017.

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    Passeio na vizinhança
    Dicas para investir no 'staycation'

    Menos é mais
    Manter no cardápio opções de passeios com duração mais curta permite oferecer preços mais competitivos

    Mínimos detalhes
    Como o turista é morador da cidade, vai exigir do guia informações mais detalhadas dos locais, especialmente dos monumentos históricos

    Longe da fama
    Não são só os pontos famosos da cidade que merecem ser apreciados; os roteiros podem fazer sucesso com visitas menos óbvias a bares ou restaurantes charmosos, eventos e tours de bike

    Amigo de fé
    Pesquise atrações ou serviços interessantes para moradores e proponha a eles parcerias, como ingressos mais baratos, para levar mais público a esses lugares


    Fonte: Sebrae-SP

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