Competições entre start-ups e grupos no WhatsApp para discutir soluções para o agronegócio são estratégias da AgriHub para conectar produtores agropecuários do Mato Grosso com empresas jovens e investidores.
"Havia uma falta de comunicação entre as partes que impedia a consolidação das tecnologias no agronegócio", afirma Daniel Latorraca, economista e superintendente do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária) que, em outubro de 2016, lançou a rede.
O projeto, criado em parceria com a Federação da Agricultura Pecuária do Estado e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, conecta hoje 500 pessoas, entre produtores, start-ups, investidores e mentores.
Em junho, a AgriHub realizou uma competição com 60 jovens empreendedores. A meta era apresentar, em 52 horas, soluções criativas para dilemas do campo, sugeridos pelos jurados.
Os vencedores foram Leandro Bosaipo, Diego Calota e Múcio Mendes –empresário, analista de sistemas e zootecnista, respectivamente– criadores da Agri Trade (grupoagritrade.com.br), plataforma colaborativa que mostra o valor médio de insumos para as fazendas em seis regiões mato-grossenses.
O trio ganhou R$ 10 mil para deslanchar a empresa.
CONEXÃO MÓVEL
A AgriHub também oferece um programa de mentoria para start-ups, com palestras, workshops e visitas a fazendas, e eventos em diferentes cidades do Estado para as empresas apresentarem tecnologias e produtos a clientes em potencial.
Mas é no grupo de WhatsApp que os debates são realizados com mais frequência. A cada semana, é discutido um tema relevante ao agronegócio, como novas tecnologias para combater pragas.
"Por que esperar que outros países tragam soluções para nossos problemas, se temos potencial para desenvolvê-las?", diz o engenheiro agrônomo Ricardo Arioli, dono de uma propriedade em Campo Novo do Parecis (a cerca de 400 quilômetros de Cuiabá), uma das 55 fazendas que fazem parte da rede.