• Mercado

    Thursday, 25-Apr-2024 19:17:56 -03

    Bolsa testa patamar de 78 mil pontos, mas fecha estável; dólar avança

    DE SÃO PAULO

    05/10/2017 18h07

    Diego Padgurschi /Folhapress
    Sede da B3, em São Paulo
    Sede da B3, em São Paulo

    A Bolsa iniciou a quinta-feira (5) impulsionada pelo otimismo com a recuperação do país, após o Itaú Unibanco, considerado conservador em suas estimativas, melhorar a projeção para a economia brasileira. Ao longo do dia, porém, o mercado acionário perdeu fôlego e acabou fechando praticamente estável.

    Já o dólar interrompeu uma série de cinco sessões de baixa e voltou a ganhar força ante o real.

    O Ibovespa, que reúne as ações mais negociadas, subiu 0,03%, para 76.617 pontos. O dia foi de forte volume negociado, com giro de R$ 11,2 bilhões –a média diária do ano é de R$ 8,3 bilhões.

    O dólar comercial subiu 0,67%, para R$ 3,153. O dólar à vista se valorizou 0,42%, para R$ 3,138.

    Na máxima, o Ibovespa atingiu 78.024 pontos, sua maior pontuação nominal histórica em negociações. A injeção de ânimo veio com a revisão que o Itaú Unibanco fez de suas projeções para a economia brasileira neste ano.

    O banco passou a ver o real mais valorizado em relação ao dólar (R$ 3,25, contra R$ 3,35 anteriormente), inflação menor (3%, frente a 3,2%) e taxa Selic em 6,5% –a previsão anterior era de 7%.

    "Essa mudança trouxe motivação para o investidor, por ser um player que adotou o conservadorismo ao longo do ano e agora abriu e colocou no preço um desenho mais otimista para a economia", avalia Raphael Figueredo, sócio-analista da Eleven Financial.

    Ao longo do pregão, outras notícias contribuíram para que a Bolsa subisse. A agência de notícias Reuters informou que o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) já teria definido sua equipe econômica para concorrer às eleições de 2018.

    O nome do ministro agrada ao mercado, principalmente pela percepção de que ele daria continuidade à agenda de reformas iniciadas no governo de Michel Temer, diz Figueredo.

    Por fim, o Tesouro Nacional anunciou que recomprou US$ 419 milhões em títulos globais.

    AÇÕES

    Dos 59 papéis do Ibovespa, 30 subiram e 29 caíram.

    O setor de energia liderou os avanços do índice. Os papéis da Taesa subiram 3,20%, enquanto as ações da Cemig se valorizaram 2,19%.

    As ações da Eletrobras fecharam em baixa, após o governo anunciar que adiou a entrada da empresa no Novo Mercado da Bolsa para poder concluir, até o primeiro semestre de 2018, a privatização da estatal. As ações preferenciais caíram 0,87%, e as ordinárias recuaram 1,74%.

    Os papéis da Petrobras subiram acompanhando a valorização dos preços do petróleo no exterior. A alta da commodity ocorreu pela expectativa de que a Arábia Saudita e a Rússia vão estender os cortes na produção, embora as exportações recordes dos Estados Unidos e o retorno da produção de um campo petrolífero na Líbia limitem a valorização no mercado.

    As ações preferenciais da estatal subiram 1,53%, para R$ 15,90. As ações ordinárias tiveram valorização de 1,59%, para R$ 16,57.

    A mineradora Vale teve queda nesta sessão, seguindo a desvalorização de 0,92% do minério de ferro. Os papéis ordinários da empresa caíram 1,04%, para R$ 32,27. As ações preferenciais recuaram 0,70%, para R$ 29,80.

    Os papéis do Itaú Unibanco subiram 1,60%. As ações preferenciais do Bradesco avançaram 0,08%, e as ordinárias tiveram alta de 0,20%. O Banco do Brasil teve valorização de 1,63%, e as units –conjunto de ações– do Santander Brasil ganharam 1,87%.

    DÓLAR

    No mercado cambial, o dólar ganhou força ante 23 das 31 principais moedas do mundo.

    A alta ocorreu antes da divulgação, nesta sexta, de dados de mercado de trabalho nos Estados Unidos.

    "Esses dados vão dar uma definição geral sobre o terceiro aumento de juros nos EUA. Em me arrisco a dizer que nesta sexta os investidores deixarão de se preocupar com a pressão inflacionária gerada pelo aumento da renda e passarão a querer saber quem vai substituir a Janet Yellen no Fed", diz Figueredo.

    O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) recuou pelo oitavo dia. A queda foi de 0,66%, para 184,9 pontos.

    No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam com sinais mistos. O DI para janeiro de 2018 recuou de 7,469% para 7,459%. A taxa para janeiro de 2019 teve alta de 7,310% para 7,340%.

    Edição impressa
    Folhainvest

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024