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    Indústria de alimentos e Idec têm propostas diferentes para sinalização

    MARA GAMA
    DE SÃO PAULO

    07/11/2017 00h00

    As associações da indústria e de defesa dos consumidores apresentaram em outubro suas propostas para a reformulação dos rótulos nutricionais.

    A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) organiza a discussão do tema em um grupo de trabalho para a reformulação do sistema brasileiro.

    Em comum, as propostas das entidades têm a inserção de uma sinalização na parte frontal das embalagens, o caráter obrigatório desta sinalização e a intenção manifesta de aumentar a informação disponível ao consumidor.

    A proposta da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação) e da Abir (Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas não Alcoólicas) usa o formato conhecido como semáforo. As cores verde, amarelo e verde servem para sinalizar taxas leves, médias e altas de ingredientes como sódio, açúcares totais e gordura saturada. O modelo traz também os percentuais.

    Segundo o presidente da Abia, Edmund Klotz, o modelo com cores é o que melhor informa sobre os nutrientes e o que dá ao consumidor poder na decisão de compra. "Confiamos na capacidade das pessoas em fazer suas escolhas alimentares, quando bem informadas", disse Klotz no lançamento da campanha, que tem como slogan "Liberdade de escolha".

    A proposta entregue à Anvisa pela indústria usa porções como base. Assim, a cor verde indica que o consumo está aquém da recomendação diária do nutriente (IDR), indicando que pode-se ingerir uma quantidade maior do produto. O amarelo aponta que a porção do alimento está próxima da recomendação diária de consumo e o vermelho, que o consumo atinge o total diário recomendado do ingrediente.

    Na tabela nutricional, propõe mudança da base de indicação das informações sobre os nutrientes para 100g, o que permitiria comparar alimentos de uma mesma categoria e de categorias diferentes. Também foi incluída declaração obrigatória dos açúcares totais.

    A proposta do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) se estrutura em seis tipos de advertência, quatro para doses altas - açúcar, sódio, gordura total e gordura saturada, e duas para presença do ingrediente - contém adoçante, contém gordura trans. As advertências são apresentadas em selos. Se um produto apresenta um ou mais selos, o consumidor deveria evitá-lo.

    Nessa proposta, a base de comparação seria fixada para todos os tipos de produtos, sejam eles processados ( como atum enlatado, frutras em calda) ou ultraprocessados (como bolachas, macarrão, sucos de frutas em pó), o que, segundo o Idec, permite comparação facilitada.

    "O Idec se pauta pelas escolhas mais saudáveis. Por isso, propomos advertências claras, simples e de fácil entendimento sobre a presença de alguns conteúdos em excesso que prejudiquem a saúde", diz Ana Paula Bertolotto, líder do Programa de Alimentação Saudável do Idec.

    Representantes das entidades das indústrias e dos consumidores defenderam suas propostas em artigos para a seção Tendências/Debates da Folha.

    No texto "Rotulagem nutricional: objetivo é informar ou amedrontar o consumidor?", Alexandre Jobim, presidente da Abir, e Edmundo Klotz, da Abia, descrevem a proposta das duas associações de indústrias do setor.

    Em "Rotulagem nutricional: as evidências devem prevalecer", a nutricionista Ana Paula Bortoletto e a professora de design da Universidade Federal do Paraná Carla Spinillo explicam a proposta do Idec.

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