O dispositivo antiincêndio que emitiu um gás e deixou 20 pessoas mortas dentro do submarino nuclear russo Nerpa no último sábado (8) foi ativado erroneamente, já que não havia nenhum incêndio a bordo, informou nesta terça-feira o porta-voz da Marinha da Rússia, Igor Dygalo, citado pela agência de notícias Interfax.
Os tripulantes morreram asfixiados por gás CFC (cloro-flúor-carbono). Dezenas de tripulantes dormiam quando o gás se espalhou, revelaram testemunhas, nesta terça-feira. No momento do acidente, havia 208 pessoas a bordo, das quais 81 eram soldados. Dos mortos, 17 eram civis. Outras 21 pessoas ficaram doentes e estão hospitalizadas. O acidente ocorreu durante testes marítimos em águas do mar do Japão.
Parte dos soldados afirmou que o sistema de alarme antiincêndio --que avisava sobre a liberação do gás-- falhou, e que as pessoas entraram em pânico, em busca de kits para respiração. Segundo um oficial da comissão que investiga o acidente, havia kits para todos que estavam no submarino.
A demonstração de sucessivos erros e falhas na operação do Nerpa pôs em xeque a capacidade dos militares russos em lidar com equipamentos de guerra perigosos. O acidente representa uma contrariedade para Moscou, que aposta em reafirmar sua força militar e seu papel de grande potência no cenário internacional.
Com France Presse e Associated Press