O presidente eleito dos Estados Unidos, Barack Obama, disse neste domingo (16) que pretende fechar a prisão de Guantánamo, em Cuba, para recuperar "a estatura moral dos Estados Unidos no mundo", em uma entrevista na televisão.
"Eu afirmei várias vezes que tinha a intenção de desativar Guantánamo, e continuarei assim, e é isso que farei", disse Obama, que assumirá a presidência americana no dia 20 de janeiro.
"Afirmei várias vezes que os Estados Unidos não torturam. E vou me certificar de que não torturamos. Isso faz parte dos esforços para recuperar a estatura moral dos Estados Unidos no mundo", indicou.
Obama participou ao lado da mulher, Michelle, do programa "60 Minutes", da rede de televisão americana CBS.
Política antiterrorista
A organização americana de defesa dos direitos humanos HRW (Human Rights Watch) pediu hoje a Obama que rejeite as "escandalosas práticas antiterroristas" do governo do atual presidente George W. Bush.
"Ao assumir as funções, o presidente Barack Obama deve repudiar categoricamente as práticas antiterroristas escandalosas dos sete últimos anos e adotar uma política eficaz e eqüitativa", afirmou a organização em comunicado.
A HRW sugeriu ao novo presidente fechar o centro de detenção militar de Guantánamo e "rejeitar 'a guerra contra o terrorismo' como base jurídica para prender pessoas suspeitas de terrorismo".
Pede também que Obama acabe com as prisões secretas da CIA e ainda repudie "as normas do Departamento de Justiça e do presidente que autorizam a tortura e outros maus-tratos".
"Há muito tempo, os Estados Unidos reduziram sua capacidade de luta contra o terrorismo ao adotar uma política de vista curta que autoriza a tortura e a detenção ilimitada sem indiciamento", afirmou o diretor de HRW, Kenneth Roth.