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    Conflitos com vizinhos marcam história do Estado de Israel

    da Folha Online

    09/02/2009 14h44

    O Estado de Israel nasceu em 14 de maio de 1948, a partir do plano de partilha da ONU (Organização das Nações Unidas) de 1947 que propunha a divisão da região sob domínio britânico em dois Estados, um árabe e um judeu. A proposta surgiu devido à intenção do Reino Unido de retirar seu domínio sobre os territórios palestinos após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

    Os árabes rejeitaram a proposta e a violência emergiu quase que imediatamente. Desde então, a história de Israel gira em torno de conflitos com palestinos e nações árabes vizinhas. Houve guerras com Egito, Jordânia, Líbano e Síria. Nesse período, Israel ocupou a península do Sinai (Egito), a Cisjordânia, a faixa de Gaza, as colinas de Golã (Síria) e o sul do Líbano.

    Arte Folha Online

    Em 1979, Egito e Israel assinaram acordo de paz e os israelenses se retiraram de Sinai no dia 25 de abril de 1982. As disputas territoriais com a Jordânia foram resolvidas no dia 26 de outubro de 1994, com a assinatura do tratado de paz Israel-Jordânia. Já no dia 25 de maio de 2000, Israel se retirou do sul do Líbano, local que ocupava desde 1982.

    Várias iniciativas de negociação terminaram com a Conferência de Madri, em outubro de 1991, que foi seguida por negociações bilaterais conduzidas entre representantes israelenses e palestinos com o objetivo de alcançar um acordo permanente. Em 13 de setembro de 1993, israelenses e palestinos assinaram o Acordo de Oslo, estabelecendo um período interino de autogoverno palestino. Pelo acordo, Gaza e a Cisjordânia passariam a ser territórios administrados pela ANP (Autoridade Nacional Palestina).

    Em abril de 2003, o então presidente americano, George W. Bush (2001-2009), em conjunto com União Europeia, ONU e Rússia em uma liderança que passou a ser chamada de Quarteto--, conduziu a criação de um plano de paz para o fim do conflito até o fim de 2005, baseado em ações recíprocas das duas partes levando a dois Estados, Israel e a ANP.

    Um acordo permanente foi minado pela violência israelo-palestina entre setembro de 2003 e fevereiro de 2005. Um acordo assinado entre israelenses e palestinos em fevereiro de 2005, junto com um cessar-fogo palestino, reduziu significativamente a violência. Em 2005, Israel saiu de Gaza, esvaziou assentamentos e seu Exército enquanto manteve o controle sobre a maioria dos pontos de entrada para a faixa de Gaza.

    A eleição do Hamas --grupo terrorista e partido político cuja carta de fundação prevê a destruição do Estado de Israel-- em janeiro de 2006 para liderar o Conselho Legislativo Palestino congelou as relações entre Israel e a ANP.

    Tensão

    Ehud Olmert tornou-se primeiro-ministro de Israel em março de 2006 e, após uma operação militar em Gaza entre junho e julho de 2006, e um conflito de 34 dias com a milícia Hizbollah, no Líbano, entre junho e agosto de 2006, ele adiou os planos de se retirar da Cisjordânia. Em junho de 2007, ele encerrou o diálogo com a ANP, após o Hamas assumir o controle da faixa de Gaza e o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, formou um governo sem o Hamas.

    Em janeiro de 2008, representantes de Israel e da ANP se reuniram para discutir o futuro de Jerusalém, os assentamentos, os refugiados palestinos, as fronteiras, a segurança e os recursos hídricos. No entanto, as conversas de paz não amenizam o clima de guerra entre palestinos e israelenses e os ataques continuaram.

    Em março daquele ano, o Jihad Islâmico (grupo extremista palestino) em Gaza disparou foguetes contra Israel após a morte de um dos líderes durante ataque na Cisjordânia. No dia seguinte, um enviado especial dos EUA chegou ao país para tentar mediar conversações de paz, mas Israel negou cessar-fogo.

    Em abril seguinte, o presidente da ANP, Mahmoud Abbas, pediu para o Egito intermediar as negociações de trégua e para Bush ajudar na construção dos dois Estados. Após inúmeros ataques entre israelenses e palestinos, foi estipulado um acordo de seis meses --de 19 junho a 19 dezembro de 2008-- entre Israel e o Hamas.

    O tratado determinava a proibição de disparos de mísseis Qassam (de fabricação caseira) contra o território israelense enquanto Israel se comprometia a amenizar gradualmente o bloqueio imposto a Gaza. A pouco mais de um mês do fim da trégua, um ataque aéreo preventivo de Israel à faixa de Gaza, para destruir um túnel supostamente construído pelo Hamas para sequestrar soldados israelenses, gerou reação do grupo, que voltou a disparar foguetes para o território vizinho.

    O Hamas acusou Israel de não cumprir os acordos da trégua, como a reabertura da faixa de Gaza e a diminuição da violência e voltou a atacar. Entre 27 de dezembro de 2008 e 18 de janeiro deste ano, ao menos 1.300 palestinos e 13 israelenses foram mortos no conflito na região. Ao menos 5.000 pessoas foram feridas.

    Ao longo dos 22 dias de conflito, a comunidade internacional, como a União Europeia, Liga Árabe os Estados Unidos, fizeram inúmeros encontros a fim de estabelecer a paz na região.

    Saiba mais sobre Israel

    Nome: Estado de Israel

    Localização: Oriente Médio (banhado pelo mar Mediterrâneo, entre o Egito e o Líbano)

    Capital: Jerusalém (capital nacional e sede do governo), Tel Aviv (reconhecida internacionalmente)

    Divisão: seis distritos

    Principais cidades: Jerusalém, Tel Aviv, Haifa e Holon

    Línguas: hebraico (oficial), árabe, inglês

    Religião: judaica, minorias islâmica, cristã e drusa

    Moeda: shekel novo

    Natureza do Estado: república parlamentarista

    Área: 20.770 km2 (não inclui territórios ocupados)

    População: 7.112.359 (inclui cerca de 187 mil colonos israelenses na Cisjordânia, cerca de 20 mil nas colinas de Golã, e pouco menos de 177 mil no leste de Jerusalém, em estimativa de 2008)

    Religião: Judaica (76,4%), muçulmana (16%), cristãos árabes (1,7%), outros cristãos (0,4%) (2004)

    Independência: 14 de maio de 1948

    Usuários de internet: 1.899 milhão (2006)

    PIB: US$ 132,5 bilhões (estimativa de 2007)

    Renda 'per capita' anual: US$ 28.800 (2007)

    População abaixo da linha da pobreza: 21,6% (2005)

    Alfabetização: 97,1%

    Fonte: CIA World Factbook

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