Contrário ao estabelecimento de um Estado palestino que inclua a Cisjordânia, o Likud, do ex-primeiro-ministro e postulante ao cargo Binyamin Netanyahu é considerado de centro-direita no cenário político israelense.
O partido, que ficou em segundo lugar nas eleições do último dia 10 de fevereiro, conquistando 27 cadeiras no Parlamento, sofreu em 2005 uma dissidência liderada pelo então primeiro-ministro Ariel Sharon (2001-2006), que provocou a saída de vários de seus líderes mais dispostos a negociar com os palestinos.
O Likud esteve pela primeira vez à frente do governo em 1977 e liderava o país em 1979, quando foi assinado o histórico acordo de paz entre Israel e o Egito. Os dois países haviam se enfrentado dez anos antes na Guerra dos Seis Dias e, desde então, mantêm uma relação de reconhecimento mútuo única entre países árabes e o Estado judeu.
Em 1982, o governo de Menachem Begin, o fundador do partido, levou o país à guerra com o Líbano. Begin posteriormente renunciou e foi substituído por Yitzhak Shamir, que governou com o apoio dos rivais do Partido Trabalhista.
Depois do assassinato do trabalhista Yitzhak Rabin (1992-1995), o governo voltou às mãos do Likud, com Netanyahu. Conhecido pelo apelido de infância, "Bibi", ele congelou os acordos de paz assinados por Rabin e endureceu a negociação com os palestinos.
Derrotado pelos trabalhistas em 1999, o partido retomou o poder com Sharon em 2001. Enquanto Netanyahu, à frente das Finanças, promoveu as reformas liberalizantes defendidas tradicionalmente pelo Likud, com privatizações e apoio ao livre mercado, o primeiro-ministro bancou uma mudança de abordagem em relação aos palestinos, que incluía a retirada unilateral de assentamento em territórios ocupados.
O choque dessa iniciativa com a visão de longa data do Likud levou Sharon a sair do partido, carregando com ele um grupo de seguidores, para fundar o Kadima, mais ao centro, ao lado de dissidentes do Partido Trabalhista.
Mesmo com o acidente vascular cerebral que deixou Sharon em coma desde o início de 2006, o Kadima venceu as eleições daquele ano, deixando o Likud em terceiro, com 12, empatado com o partido religioso Shas. Desde então, Netanyahu passou a ter mais força, reforçando a visão de conservadorismo laico dentro do partido.