Os Estados Unidos não vão participar da conferência das Nações Unidas sobre o racismo, que alguns críticos acusam de ser um fórum para criticar Israel, e não tomarão mais parte das reuniões preparatórias do encontro, informou nesta sexta-feira um funcionário do governo americano. "Nós não vamos participar", disse ele.

No início deste mês, uma delegação americana participou de encontros preparatórios da Conferência Mundial contra o Racismo, marcada para abril, em Genebra, na Suíça, apesar do pedido de Israel por um boicote ao evento --o que foi encarado como uma possível mudança de postura da nova administração americana em relação à de George W. Bush (2001-2009). Mas os americanos entenderam que não teriam condições de melhorar o documento final a ser produzido pela conferência e decidiram não participar do encontro, disse outro funcionário do governo.

Em janeiro do ano passado, o governo do Canadá anunciou que não iria à conferência de Durban 2, como está chamado o encontro deste ano, alegando haver sinais de que se repetiria o antissemitismo da reunião de 2001.

Em 2001, na última edição da Conferência Mundial contra Racismo, em Durban, na África do Sul, participantes judeus disseram ter sido silenciados e ameaçados por ativistas árabes. Ao final, as delegações dos Estados Unidos e de Israel acabaram abandonando o evento quando foi apresentado um rascunho do texto da conferência no qual havia uma comparação entre o sionismo --movimento para estabelecer e manter o Estado de Israel-- e o racismo.

Com Reuters