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    Presidente da Geórgia culpa Moscou por protestos da oposição

    da Folha Online

    14/04/2009 14h38

    O presidente georgiano, Mikheil Saakashvili, afirmou nesta terça-feira que a Geórgia não vai sucumbir aos esforços russos para fomentar revoltas no país, em meio ao sexto dia consecutivo de manifestações pela sua renúncia.

    Saakashvili sugeriu que há dinheiro russo por trás dos protestos que levaram, nos últimos dias, milhares às ruas de Tbilisi, capital da Geórgia.

    David Mdzinarishvili/Reuters
    Cerca de 20 mil manifestantes se reúnem para protestar pela renúncia do presidente
    Cerca de 20 mil manifestantes se reúnem para protestar pela renúncia do presidente

    Líderes oposicionistas acusam o presidente de autoritarismo em seu governo e o criticam pela fracassada guerra contra a Rússia no ano passado. Eles ainda acusam Saakashvili, que chegou ao cargo na Revolução Rosa de 2003, de monopolizar o poder e exercer pressão sobre o judiciário e a imprensa.

    A oposição rebateu as críticas do presidente e afirmaram que envolver a Rússia é uma campanha suja contra eles e reflete a indiferença do governo em relação às queixas dos manifestantes.

    Saakashvili acusou a Rússia de alocar suas forças nas regiões georgianas separatistas da Ossétia do Sul e da Abkházia nas últimas semanas.

    Irakli Gedenidze/Reuters
    Presidente Mikheil Saakashvili culpa Rússia por protestos antigoverno
    Presidente Mikheil Saakashvili culpa Rússia por protestos antigoverno

    "Tudo isso objetivou distúrbios internos e, como os acontecimentos desses últimos dias nos mostram, não importa quanto dinheiro vão gastar ou o que podem fazer, a Geórgia é um país estável", afirmou o presidente, durante visita a uma clínica de saúde. "É impossível causar graves revoltas aqui."

    Cerca de 20 mil manifestantes foram às ruas da capital Tbilisi, pelo sexto dia consecutivo de protestos pela renúncia do presidente Saakashvili. Os líderes da oposição, que prometeram nesta segunda-feira (13) protestos diários, pediram aos manifestantes que mantenham a pressão sobre o presidente.

    Os manifestantes se reuniram na frente do Parlamento georgiano, impedindo a passagem de vínculos nas ruas próximas. Eles planejam manter o protesto até a noite desta terça-feira, quando irão à casa do presidente.

    Ambos os lados dizem estar comprometidos em manter os protestos pacíficos. Até o momento, a polícia não interveio.

    A adesão às manifestações caíram desde o primeiro dia, quando cerca de 60 mil pessoas compareceram ao protesto em frente ao edifício do Parlamento. Mas líderes da oposição negam que a campanha esteja perdendo força.

    A guerra de cinco dias contra a Rússia, em agosto do ano passado, quando Moscou suprimiu um ataque da Geórgia na Ossétia do Sul, fortaleceu críticas de que o presidente cometeu muitos erros para poder permanecer no cargo até 2013.

    Analistas dizem, contudo, que o Movimento Nacional Unido, de Saakashvili, mantém grande apoio e que a posição do presidente parece ser forte, apesar da perda de alguns importantes aliados e várias mudanças em seu gabinete. A oposição é classificada como fraca e sem um líder forte o suficiente para desafiá-lo.

    Com Reuters

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