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    Confrontos em Darfur duram nove anos; veja cronologia

    colaboração para a Folha Online

    28/04/2009 11h33

    Os confrontos em Darfur, no Sudão, começaram em 2003, quando rebeldes negros atacaram alvos do governo nacional exigindo mais autonomia para a região e o fim da discriminação em favor dos árabes. O governo e as milícias árabes janjaweed reagiram com ataques em série, deixando mais de 300 mil mortos e 2,5 milhões de refugiados nos últimos cinco anos, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas).

    Grupos de defesa dos direitos humanos e o Congresso dos Estados Unidos classificaram a situação de Darfur de genocídio. Em maio de 2006, alguns rebeldes assinaram um acordo de paz com o governo. O acordo, porém, acabou rejeitado pela maioria dos insurgentes --que integram mais de dez grupos.

    Arte/Folha Online

    Naquela ocasião, o principal grupo a assinar o documento foi o Movimento de Libertação do Sudão (SLM, na sigla em inglês), então chefiado por Minni Minnawi. No entanto, os confrontos entre os rebeldes continuam nos últimos anos reforçados pela disputas de terras --provocadas pelas fortes secas-- e pelo conflito criado na fronteira com o Chade.

    Em 4 de março deste ano, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu uma ordem de prisão contra o presidente sudanês, Omar Hassan Ahmad al Bashir, por crimes de guerra em Darfur. A decisão é considerada histórica, sendo a primeira vez que um tribunal internacional processa um chefe de Estado em exercício.

    A ordem de detenção não inclui a acusação de genocídio, porque os juízes consideraram "por maioria" que os documentos apresentados pela promotoria não ofereceram base suficiente para provar a "intenção específica" de Bashir de eliminar uma parte da população, segundo indicou o porta-voz do TPI, Laurence Blairon.

    Desde a ordem de prisão, Bashir fez diversas viagens ao redor da África, em países não-membros do TPI. A última realizada pelo presidente foi uma "pequena peregrinação" na cidade de Meca, na Arábia Saudita. Na ocasião, o ministro saudita de Relações Exteriores, Saud al Faisal, disse que a ordem de prisão foi uma decisão política que não ajudará na estabilização do Sudão.

    Anteriormente, Bashir visitou Eritreia, Líbia e Egito. Além disso, compareceu à cúpula da Liga Árabe realizada em março, na capital do Catar, Doha. Durante o evento, diversos líderes árabes demonstraram apoio ao presidente sudanês, o qual exigiu o respeito à soberania de cada país e reafirmou que não respeitará as resoluções do TPI.

    O presidente corre o risco de ser preso nas viagens exteriores, ao menos que visite países que não sejam membros do TPI, como no caso a Arábia Saudita. O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, também desafiou o órgão, pediu a prisão do ex-presidente americano George W. Bush (2001-2009) e convidou Bashir para visitar a América Latina.

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