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    Suspeito de homicídio nos EUA defendia morte de médicos pró-aborto

    colaboração para a Folha Online

    02/06/2009 14h41

    O suspeito de matar um médico pró-aborto nos Estados Unidos no último domingo (31) havia desenvolvido uma raiva contra profissionais de saúde favoráveis à interrupção da gravidez, e chegou a escrever a uma revista defendendo o "homicídio justificado" desses profissionais.

    Mike Hutmacher/AP
    Doutor George Tiller, assassinado a tiros no último domingo (31) em Wichita, no Estado americano do Kansas, em foto de março de 2009
    Doutor George Tiller, assassinado a tiros no último domingo (31) em Wichita, no Estado americano do Kansas, em foto de março de 2009

    O médico George Tiller foi morto a tiros ao chegar à igreja luterana que frequentava na cidade de Wichita, no Estado do Kansas.

    O suspeito, Scott Roeder, 51, foi detido a cerca de 270 km do local do crime, em um subúrbio de Kansas City. A polícia disse que, aparentemente, ele agiu sozinho.

    Grupos contrário ao aborto se apressaram a negar participação no crime. um deles, a Coalizão pela Vida do Kansas, colocou cartazes do lado de fora da clínica de Tiller, dizendo que havia rezado para que o médico mudasse suas ideias, mas não haviam pedido o assassinato dele.

    A ex-mulher de Roeder, Lindsay Roeder, disse que as crenças extremistas anti-governamentais dele contribuíram para o final do casamento, há mais de uma década. Um irmão do suspeito, David, afirmou que ele sofria problemas mentais. "Mas nenhum de nós nunca viu Scott como uma pessoa capaz de tirar a vida de outra pessoa", disse David em entrevista ao jornal "The Topeka Capital-Journal".

    O médico George Tiller foi alvo de ativistas contra o aborto por décadas. A clínica feminina que ele comandava é uma das três nos EUA onde a gravidez pode ser interrompida depois da 21ª semana, quando o feto passa a ser considerável "viável".

    A promotora do distrito de Sedgwick Nola Foulston informou que o Estado tem 48 horas para acusar Scott Roeder, e que ela iria utilizar todo o tempo previsto para decidir.

    Esta não é a primeira vez que Scott Roeder é preso. Em 1996 ele foi detido em Topeka porque dirigia um carro sem placa licenciada. No lugar, ele havia colocado um adesivo declarando que era "soberano" e imune à lei estadual. Os policiais encontraram no veículo materiais que poderiam ser usados para a fabricação de uma bomba.

    Roeder foi condenado e sentenciado a dois anos de liberdade condicional e ordenado a parar de se envolver com grupos violentos anti-governamentais. Mas a corte de Apelações do Kansas anulou sua condenação em 1997, alegando que as autoridades apreenderam as provas contra ele durante uma busca ilegal em seu carro.

    Com Associated Press

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