O príncipe Charles, herdeiro do trono britânico, inaugurou nesta terça-feira no Hyde Park um monumento permanente às vítimas dos atentados terroristas em Londres ocorridos em 7 de julho de 2005.
Na manhã daquele dia, quatro terroristas explodiram quatro bombas em um ônibus e em três estações de metrô da capital da Inglaterra, matando 52 pessoas e deixando centenas de feridos.
Stephen Hird/AP |
Parentes e amigos observam memorial para vítimas de ataques terroristas em Londres |
O monumento consiste em 52 colunas de aço inoxidável --uma para cada vítima-- de 3,5 metros de altura e que formam quatro grupos, um para cada ataque terrorista.
Em nome do país, o príncipe de Gales depositou uma coroa de flores diante do monumento e sua mulher, Camila Parker-Bowles, duquesa da Cornualha, colocou outra em sinal de tributo aos familiares das vítimas.
Na inauguração, o príncipe Charles destacou a resistência dos londrinos após os ataques e ressaltou o trabalho dos serviços de emergência que ajudaram as vítimas.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, o líder do Partido Conservador, David Cameron, e o prefeito de Londres, Boris Johnson, também assistiram ao evento, assim como familiares das vítimas e membros dos serviços de emergência.
O jornalista e apresentador de televisão Trevor McDonald leu os nomes das 52 vítimas.
Responsável pela obra, a firma de arquitetos Carmody Groarke fez um estreito processo de consultas com representantes das famílias das vítimas, que puderam expressar seus desejos sobre como queriam que seus parentes fossem lembrados.
Vistas desde longe, as colunas parecem formar uma unidade mas, de perto, é possível ver os diferentes grupos e as pilastras individuais.
Embora as colunas não tenham nenhum nome das vítimas, elas levam a data, a hora e o lugar do atentado que representam.
Homenagens
"Esperamos que este monumento ajude os visitantes a compreender o impacto daqueles fatos horríveis", disse o diretor do projeto, Kevin Carmody.
O prefeito Boris Johnson disse que o monumento evidencia "a determinação dos londrinos nos dias depois aos atentados". "Fizemos muito para que Londres seja [uma cidade] mais segura, mas hoje lembramos que a fortaleza de Londres depende de sua gente.'
Marc Lambert, 46, consultor de arte que trabalha próximo ao Hyde Park, levou um grande buquê de rosas ao memorial. Ele disse que tem deixado flores nos locais dos atentados todos os anos.
"Todos os anos eu geralmente levo flores para cada um dos locais como um gesto que diz 'Londres não se esqueceu de vocês", disse. "Espero que isso [o monumento] seja um lugar para lembrar de como Londres foi derrubada, se levantou e seguiu em frente."
Ken Livingstone --que era prefeito de Londres na época dos ataques-- também esteve presente à cerimônia desta terça-feira e disse ter gostado do design do memorial.
Alertas
Enquanto os londrinos se dirigiam para o Hyde Park, parlamentares alertaram que o metrô e a rede de ônibus da cidade continuam extremamente vulneráveis à ataques terroristas.
O Comitê de Assuntos Internos da Câmara dos Comuns --a câmara baixa do Parlamento britânico-- divulgou um relatório nesta terça-feira disse que os dois serviços continuam sendo alvos de atentados.
A agência que opera o transporte público em Londres disse que realizou grandes melhorias para tornar os sistemas mais seguros.
A chefe do comitê, Keith Vaz, disse que será feito um novo inquérito sobre os ataques de julho de 2005 que pedirá a colaboração dos serviços de inteligência britânicos.
Outros dois inquéritos já foram realizados pelo Comitê de Inteligência e Segurança do Parlamento. As duas investigações rejeitaram as acusações de que foi feito pouco para impedir os ataques.
Com Efe e Associated Press