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    China condena 4 uigures por ataque com seringa em Urumqi

    da Folha Online

    17/09/2009 20h49

    Em uma corte fortemente guardada por forças de segurança, quatro homens de etnia uigur foram condenados a penas de oito a 15 anos de prisão por terem atacado uma chinesa de etnia han no pescoço com uma seringa em Urumqi, a capital da região etnicamente divida de Xinjiang, no noroeste da China.

    O caso é o terceiro a ser julgado enquanto autoridades tentam controlar o pânico que se espalhou devido aos ataques com seringas, o que levou manifestantes a exigirem a saída da maior autoridade da região por fracassar em garantir a segurança da maioria han.

    Os quatro homens foram considerados culpados pela corte local nesta quinta-feira por planejarem o ataque com agulhas a uma mulher em uma passagem subterrânea em 3 de setembro em Urumqi. Promotores disseram que três dos quatro réus são viciados em drogas e que pelo menos um dos ataques foi um assalto. Todos os suspeitos são uigures, enquanto as vítimas dos ataques são principalmente da etnia han.

    Os condenados se disseram inocentes e afirmaram que irão recorrer da sentença.

    A velocidade dos julgamentos e a grande publicidade dada a eles parecem destinadas a acalmar o medo e a raiva que explodiu em protestos de rua em massa no início deste mês, nos quais cinco pessoas morreram.

    Rumores de ataques com seringas e agulhas dominam a região de Urumqi desde que a polícia fez um alerta sobre tais atos em 31 de agosto.

    Centenas de ataques foram relatados, embora as autoridades afirmem que apenas algumas dezenas de pessoas apresentaram sinais claros de terem sido efetivamente atingidas por agulhas. Segundo os relatos, também foram utilizados nos ataques pinos de segurança também e palitos de dentes. Não houve registro de ferimentos graves.

    O Ministério de Segurança Pública da China disse que os ataques eram uma conspiração terrorista organizada pelos mesmo separatistas muçulmanos acusados da violência em julho entre hans e uigures, mas não foram apresentadas evidências dessa alegação.

    Xinjiang continua tensa, apesar da presença de um grande número de tropas paramilitares enviadas em julho após os tumultos que deixaram quase 200 mortos e 1.700 feridos.

    A violência começou quando a polícia reprimiu um grupo de uigures, uma etnia cujos membros são majoritariamente muçulmanos, que se reuniu para protestar contra as mortes de dois uigures em uma fábrica no sul da China. Uigures então atacaram hans, a etnia predominante na China, provocando ataques de vingança, dois dias depois.

    A região e Xinjiang é tradicionalmente de maioria uigur, mas políticas governamentais de migração levaram um grande número de hans para a Província nas última décadas, criando a atual situação de população mista.

    Com Reuters e Associated Press

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