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    Presidente de Israel diz que Brasil é exemplo de "um mundo novo"

    MÁRCIO FALCÃO
    da Folha Online, em Brasília

    10/11/2009 14h24

    O presidente de Israel, Shimon Peres, disse nesta terça-feira que o Brasil é exemplo para a criação de um novo Oriente Médio pautado pela paz. Ao receber o prêmio de cidadão honorário de Brasília, Peres disse que o sonho dele é não ter nações inimigas.

    "Brasília é a capital do mundo novo, capital de esperança, e espero que o Oriente Médio siga seus passos. Assim como fez o Brasil com um mundo novo, que surja um Oriente Médio novo. O nosso sonho é o sonho de chegar a paz entre os povos, chegar a um mundo de paz. Um homem para outro não é inimigo. Um para o outro tem alternativa de ser hóspede ou anfitrião. Podemos caminhar juntos pelo mundo", disse.

    Roberto Jayme/Reuters
    O ministro Nelson Jobim cumprimenta o presidente de Israel, Shimon Peres, após assinatura de acordo de cooperação na luta ao terror
    O ministro Nelson Jobim cumprimenta o presidente de Israel, Shimon Peres, após assinatura de acordo de cooperação na luta ao terror

    Peres afirmou ainda que existe uma sintonia entre os interesses do governo brasileiro com os de seu país para trabalharem cooperação.

    "No mundo existem duas lógicas: a da pedra e da água. A pedra é forte, mas o que você pode fazer com ela? Você não pode unir duas pedras, não pode fazer de duas pedras uma coisa nova. A água corre, mas não deixa a superfície ficar da mesma forma, mas cria novas necessidades. Por isso, temos cooperação de água e não de pedra [...] Sei que chamam o Brasil de país do futuro, mas o futuro já é o Brasil", afirmou.

    Em conversa reservada nesta quarta-feira, o presidente de Israel e o ministro Nelson Jobim (Defesa) sinalizaram a intenção de fechar um acordo de cooperação entre os dois países de combate ao terrorismo e reforço das ações da paz no mundo.

    Jobim entregou cópia do plano de defesa nacional e disse que a reorganização das Forças Armadas para se adaptar ao novo cenário mundial que não é mais de guerras convencionais, mas de guerras "irregulares e sem uniformes".

    "O país está elaborando um plano nacional de defesa. A reorganização não só pra garantir a soberania do Brasil, mas também para evitar as ameaças não convencionais. Há espaço para um grande entendimento com Israel. Saímos de um mundo bipolar, fomos para unipolar e agora estamos num momento de multipolaridade que exige compromisso maior com a paz e capacidade de dissuasão", disse.

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