O Exército brasileiro confirmou hoje que 18 militares brasileiros morreram no tremor de magnitude 7 que atingiu o Haiti no último dia 12. O terremoto matou ainda a brasileira Zilda Arns, fundadora da Pastoral da Criança, e o chefe-adjunto civil da missão da ONU no Haiti, Luiz Carlos da Costa.
Entre os militares mortos, está o 2º sargento do Exército, Davi Ramos de Lima, que deveria ter retornado para o Brasil no último dia 4, mas teve a viagem cancelada por "problemas de burocracia", segundo seu irmão Ari Lima, que conversou por telefone com a Folha Online de João Pessoa, na Paraíba.
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Já o soldado Tiago Anaya Detimermani, que também morreu no terremoto, voltaria para o Brasil no próximo dia 19, segundo relatos da sua tia avó, Geni Baesso Detimermani de Moraes.
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Após vários anos sem conseguir comemorar o aniversário com os parentes por causa do trabalho, o 1º tenente Bruno Ribeiro Mário, de 26 anos, pretendia passar a data --em 8 de fevereiro-- com a família. Um dia antes da tragédia que o matou, ele telefonou para o pai, Alacir José Mário.
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O cabo Douglas Pedrotti Neckel, 24, foi voluntário para a Minustah (Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti) por razões humanitárias: queria ajudar o povo haitiano --pessoas que conhecia apenas pelos noticiários, e sabia serem das mais sofridas do continente.
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Horas antes de morrer no terremoto que atingiu o Haiti, na terça-feira, o subtenente do Exército Raniel Batista de Camargos, de 42 anos, ligou para a filha Giovana, 6, que fazia aniversário naquele dia. Eles conversaram pelo Skype em videoconferência. Também falou com o pai, que mora em Patos de Minas (MG), momentos antes da catástrofe.
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O cabo do Exército Washington Luis de Souza Seraphin, 23, estava no Haiti desde junho do ano passado e tinha o retorno marcado para a próxima sexta-feira (15). No Brasil, ele queria retomar a faculdade e casar com Najara Alves de Abreu, 23, com quem namorava havia sete anos. Os dois já tinham comprado o terreno onde seria construída a casa onde iriam morar.
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O soldado Antônio José Anacleto, 24, outra vítima brasileira do terremoto que atingiu o Haiti, era solteiro e o mais novo de quatro irmãos. "A gente estava preparando uma grande festa para comemorar a chegada dele. Já estava tudo pronto e toda a família e amigos iriam participar. Agora está todo mundo desolado", contou Sônia Mara Anacleto, 31, irmã do soldado.
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Paraquedista, o coronel Emílio Carlos Torres dos Santos, 46, foi comandante do 26º Batalhão de Infantaria Paraquedista, uma das unidades de elite do Exército. Carioca, deixou a mulher, a médica Ana Paula Santos, e duas filhas.
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O 2º sargento do Exército Leonardo de Castro Carvalho, 29, deveria retornar para o Brasil no dia 15 deste mês, e pretendia viajar por cerca de dois meses antes de retornar para o quartel de Lorena (198 km de São Paulo), onde morava. Ele estava no Exército há nove anos.
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Horas antes de morrer no terremoto, o soldado brasileiro Rodrigo Augusto da Silva, 24, disse via internet à mulher, Andréa, que sentia que algo poderia acontecer e que jamais retornaria ao Brasil. Temia por um desastre aéreo.
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Veja os outros militares que morreram na tragédia:
- Arí Dirceu Fernandes Júnior (cabo)
- Felipe Gonçalves Julio (soldado)
- Francisco Adolfo Vianna Martins Filho (major)
- João Eliseu Souza Zanin (coronel)
- Kleber da Silva Santos (soldado)
- Márcio Guimarães Martins (major)
- Marcus Vinicius Macedo Cysneiros (tenente-coronel)
- Rodrigo de Souza Lima (3º Sargento)