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    Portugal começa a enterrar mortos por enchentes na Ilha da Madeira

    da Folha Online

    23/02/2010 20h39

    Os moradores da ilha da Madeira, em Portugal, testemunharam hoje os primeiros funerais de vítimas da inundações que devastaram a região no sábado passado (20). Segundo o governo, 42 pessoas morreram e 13 estão desaparecidas --ontem, autoridades chegaram a contar 32 desaparecidos, mas 19 já foram localizados.

    De acordo com a Procuradoria da ilha da Madeira, todos os mortos são portugueses, exceto por um turista britânico, e apenas dois ainda não foram identificados. Os corpos das vítimas foram levados para um necrotério instalado no aeroporto de Funchal, e somente 27 já foram retirados por familiares.

    Ontem, o prefeito de Funchal, Miguel Albuquerque, confirmou o encontro de mais seis corpos, em entrevistas a rádios e TVs, e o vereador Manuel Baeta confirmou o encontro de mais três na isolada localidade de Calheta. Nenhuma dessas informações, no entanto, foi atestada pela secretária de Turismo e Transportes, Conceição Estudante.

    Estudante afirmou que também não apareceram corpos por enquanto nos estacionamentos subterrâneos --ainda não drenados--, dos shoppings de Funchal, que alagaram rapidamente com a água e o lodo das enchentes e nos quais o presidente do governo regional, Alberto João Jardim, disse temer que haja vítimas.

    Jardim afirmou no domingo (21) que não iria declarar "estado de calamidade" no arquipélago, medida que considerou prejudicial para o turismo, e pediu cuidado com a "dramatização" dos fatos diante das imagens da tragédia da Madeira exibidas na imprensa de muitos países. O presidente do governo regional expressou sua prioridade de voltar a deixar "tudo bonitinho" na ilha e celebrar a festa madeirense da flor em abril.

    Madeira recebe ao redor de 800 mil visitantes ao ano e, de acordo com operadores turísticos, as reservas começam a cair devido à situação do arquipélago após as incontáveis enchentes que desceram das colinas da ilha e arrastaram pessoas, automóveis e casas inteiras.

    De acordo com Estudante, o governo português não tem interesse em esconder mortes e a ilha já começa a voltar ao normal, com o porto apto a receber cruzeiros.

    Dois dos três leitos principais do rio que descem por Funchal já voltaram a seu curso normal, após o transbordamento do fim de semana, e os principais esforços se concentram em retirar as toneladas de pedra, lodo e resíduos que ficaram por toda a cidade. Milhares de pessoas, entre operários públicos, bombeiros, defesa civil, voluntários, policiais e soldados chegaram do continente para trabalhar nos trabalhos de limpeza e busca de vítimas.

    Homem de Gouveia/Efe
    Série de inundações arrastou imóveis e carros em Funchal, na ilha da Madeira; 13 pessoas estão desaparecidas
    Série de inundações arrastou imóveis e carros em Funchal, na ilha da Madeira; 13 pessoas estão desaparecidas

    Com agências internacionais

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