A rainha Silvia da Suécia pediu nesta quinta-feira em São Paulo o combate à pornografia e à prostituição infantil para evitar o tráfico de crianças, em que, segundo ela, as vítimas sempre são "usadas" mais de uma vez.
"O tráfico de pessoas funciona como qualquer outro negócio, e sem demanda não há oferta. Considero imperativo que mais medidas sejam criadas não só para ajudar as vítimas, mas para reduzir e acabar com a demanda de exploração sexual comercial de crianças", afirmou.
Sebastião Moreira/Efe |
Rainha Silvia da Suécia durante visita ao Brasil; ela reforça o combate à pornografia infantil para evitar o tráfico de crianças |
A monarca sueca participou, em São Paulo, do Seminário Regional sobre Tráfico de Pessoas e Exploração Sexual promovido pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) e o governo da Suécia, país que desde meados dos anos 90 lidera o combate a delitos do tipo.
"É importante que reconheçamos que a demanda de sexo com crianças é uma força que impulsiona fortemente esse problema global e, portanto, deve ser abordada imediatamente. O dinheiro que vem dos clientes cria e mantém os mercados e, obviamente, as crianças social e economicamente são vulneráveis", continuou a rainha.
O tráfico humano, crime que segundo a UNODC movimenta US$ 32 bilhões por ano, é o terceiro mais lucrativo no mundo, depois do narcotráfico e do mercado ilegal de armas. A rainha sueca ressaltou, porém, que ao contrário das drogas e da munição, só usadas uma vez, "as vítimas circulam de um lugar para outro".
A rainha Silvia, de origem alemã, falou em português, língua de sua mãe, e lembrou os anos da infância vividos em São Paulo, entre 1947 e 1957.
Após discursar, se reuniu no hotel do seminário com a apresentadora Xuxa. Além da rainha Silvia, que entrou e saiu do seminário acompanhada da primeira-dama, Marisa Letícia, também participaram dos eventos ministros brasileiros.