O líder do Movimento Popular de Libertação do Sudão (MPLS), Salva Kiir, assumiu nesta sexta-feira como o primeiro presidente da região autônoma do sul do Sudão, oito meses antes de um referendo sobre a separação total entre sul e norte do país.

O referendo faz parte dos acordos de paz assinados em janeiro de 2005, que puseram fim a mais de 20 anos de guerra entre o norte e o sul.

Pete Muller/AP

Salva Kiir presta juramento como primeiro presidente do sul do Sudão; região vota em oito meses sobre independência do norte

Kiir prestou o juramento em uma cerimônia em Yuba, capital do sul do país, que contou com a participação de representantes de delegações estrangeiras.

O líder sulista ressaltou que o tempo que resta do período interino estipulado no acordo de paz é insuficiente para consolidar um país unido entre o norte e o sul.

Para Kiir, a unidade deixou de ser uma opção atrativa para os habitantes da região autônoma --resultado da falta de vontade do governante Partido do Congresso Nacional (PCN), liderado pelo ditador sudanês, Omar al-Bashir.

Ele pediu ainda que o PCN "desempenhe um papel maior para que a unidade entre o norte e o sul seja uma ideia atrativa para as duas regiões".

Kiir se comprometeu ainda "a não retornar ao ponto da guerra com o norte, sejam quais forem às circunstâncias" --embora reconheça que existem problemas entre o norte e o sul no que se refere à demarcação de fronteiras.

Kiir nasceu na Província de Bahar Al Gazal, em 1951, e pertence à tribo Dinka, a mesma do falecido líder do MPLS, John Garang.

O presidente da região autônoma foi um dos fundadores do partido e chefe de seu braço militar, o Exército Popular de Libertação do Sudão. Em agosto de 2005 ele assumiu a Vice-Presidência do Sudão, após a morte de Garang em um acidente aéreo.

Logo após assumir esse posto, Kiir anunciou seu compromisso com o acordo de paz assinado entre a região sul e o governo sudanês, que estipulou a formação de um executivo de coalizão em Cartum dominado pelo PCN e MPLS, além da repartição do poder e dos recursos do país, e a realização de um referendo de autodeterminação no sul em janeiro.

Com agências internacionais