Presidente da Venezuela por duas vezes, Carlos Andrés Pérez, símbolo tanto do boom petroleiro dos anos 70 como da crise econômica que levou à revolta social de 1989 conhecida como Caracazo, morreu ontem em Miami, aos 88, informou sua família.
Segundo sua filha María Francia Pérez, o ex-presidente foi vítima de uma parada cardíaca na tarde de ontem, no hospital Mercy.
Fernando Llano/AP |
Vítima de duas tentativas frustradas de golpes de Estado, Carlos Andrés Pérez morreu aos 88 anos em Miami, nos EUA |
Pérez governou a terceira economia da América do Sul entre 1974 e 1979 e entre 1989 e 1993, pelo partido Ação Democrática (AD).
Seu primeiro mandato ficou conhecido como a era da "Venezuela Saudita". A alta do petróleo pós-crise do combustível em 1973 permitiu ao país investir em infraestrutura e educação.
Sob seu governo se deu a criação, em 1976, da gigante estatal do petróleo PDVSA, por meio da nacionalização de um punhado de empresas privadas.
Já o segundo período no poder foi marcado pela crise econômica. Em 1989, um pacote de austeridade e aumento das tarifas públicas baixado por Pérez provocou uma revolta da população pobre de Caracas, o Caracazo, que deixaria centenas de mortos.
Em 1992, e reivindicando o Caracazo, o então tenente-coronel Hugo Chávez tentaria um golpe contra o governo. Chávez ficaria preso até 1994.
Pérez não chegou a terminar o mandato. Foi destituído pela Corte Suprema de Justiça ao a ser condenado por acusações de corrupção e enriquecimento ilícito.