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    Colonos israelenses destroem casas em vilarejos palestinos

    DA REUTERS, EM JERUSALÉM
    DE SÃO PAULO

    01/03/2011 11h53

    Colonos israelenses danificaram casas e carros em dois vilarejos palestinos nesta terça-feira, disseram testemunhas, aparentemente para mostrar sua irritação com a demolição, efetuada por parte do governo de Israel, de residências em obras para um assentamento que não tem autorização para ser construído.

    Moradores do vilarejo palestino de Hiwwara, no território ocupado da Cisjordânia, disseram que colonos atiraram bombas caseiras dentro de uma casa, quebraram os vidros de outra, e atearam fogo a diversos carros durante a noite, seguindo depois para Burin, um vilarejo próximo, onde soldados israelenses impediram que eles atacassem uma mesquita.

    Não houve registro de vítimas. Um porta-voz da polícia israelense disse que o incidente estava sendo investigado.

    Abed Omar Qusini/Reuters
    palestina segura um colchão incendiado em meio a destruição causada por colonos israelenses em Hiwwara
    palestina segura um colchão incendiado em meio a destruição causada por colonos israelenses em Hiwwara

    "Tentamos apagar o fogo mas não conseguimos, porque era enorme. O quarto da frente inteiro ficou queimado e parte da sala de estar também", disse o palestino Rami Edmeidi, dono da casa que foi alvo de ataque em Hiwwara.

    A violência ocorreu depois que autoridades israelenses destruíram na segunda-feira duas casas em Havat Gilad, um povoado localizado no topo de um monte na Cisjordânia ocupada, construído sem a permissão do governo israelense.

    Israel vem prometendo há tempos aos Estados Unidos desmantelar os postos avançados erguidos pelos colonos em território ocupado por Israel, sem autorização das autoridades israelenses.

    Mas os líderes israelenses relutam em agir por temer a oposição dos colonos e dos grupos que os apoiam, que têm influência no Parlamento e no governo.

    No último dia 18, os EUA votaram contra uma resolução apreciada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas que poderia condenar a expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Dos 15 votos, 14 foram a favor, incluindo o do Brasil, que no momento detém a presidência rotativa do órgão.

    Para ter validade, a medida precisava de todos os votos dos países que integram o Conselho, e caso tivesse sido aprovada, reforçaria o caráter ilegal da expansão dos assentamentos nos territórios ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental, determinando ao governo israelense a interrupção imediata das obras.

    Analistas estimam que a decisão do governo do presidente Barack Obama deve irritar países árabes, a ANP (Autoridade Nacional Palestina) e defensores da causa palestina ao redor do mundo.

    O veto à medida deve também acentuar as dificuldades das negociações do processo de paz entre israelenses e palestinos, atualmente paralisado.

    Para os palestinos, a interrupção da expansão dos assentamentos é uma condição para que as negociações de paz sejam retomadas.

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