Milhares de manifestantes tomaram mais uma vez neste domingo a Puerta del Sol em Madri para apoiar o movimento dos jovens "indignados" espanhóis, que devem decidir se vão manter o acampamento ou se atuarão de outra forma.

Ao redor do acampamento alternativo, montado há quase duas semanas durante um movimento espontâneo de protesto que se espalhou por toda a Espanha, milhares de pessoas se reuniram para acompanhar a assembléia geral e a votação, que deve ocorrer antes do fim da tarde.

Andrea Comas /Reuters

Espanhóis fazem manifestação em Madri contra política econômica --45% da população jovem desempregada

No sábado os manifestantes organizaram assembléias em 120 bairros e distritos próximos de Madri, que atraíram milhares de pessoas. Agora, planejam nas próximas semanas continuar a mobilização com o slogan "tomar as comunidades".

No entanto, neste domingo devem decidir se manterão ou não o acampamento montado na Puerta del Sol, onde centenas de manifestantes se revezaram noite e dia durante toda a semana, embora a mobilização já tenha começado a diminuir.

"Queremos estabelecer as bases do movimento, depois veremos", explica um porta-voz, Pablo López, estudante de engenharia de 21 anos.

Jovens espanhóis protagonizam desde meados de maio manifestações em várias cidades do país, para expressar seu descontentamento com um futuro sem perspectivas, num momento em que o desemprego entre os jovens com menos de 25 anos atinge cerca de 45% na Espanha.

"OS INDIGNADOS"

"Os indignados" da Espanha e da França, inspirados no best-seller do ex-diplomata e resistente francês Stéphane Hessel, nascido em outubro de 1917, que desde a sua publicação em 2010 vendeu 3 milhões de exemplares, convocaram uma "grande" manifestação no próximo domingo na praça da Bastilha.

Segundo Benjamin Ball, o movimento atual aponta para uma "coordenação maior" entre as concentrações em Lisboa, Berlim, Londres e Roma.