• Mundo

    Friday, 26-Jul-2024 20:41:55 -03

    Parentes do 11 de Setembro querem reunião com FBI sobre grampos

    DA REUTERS

    18/07/2011 18h40

    Familiares de vítimas dos ataques de 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos pediram para se encontrar com o FBI (polícia federal americana) e o Departamento de Justiça americano para terem acesso ao inquérito preliminar da agência sobre os relatos de que repórteres da News Corp. teriam tentado grampear os telefones de vítimas dos ataques.

    FBI abre investigação sobre News Corp. nos EUA
    Entenda as denúncias contra o tabloide "News of the World"
    Escândalo fecha jornal britânico após 168 anos; saiba mais
    Veja cronologia do escândalo dos grampos

    Autoridades norte-americanas reconheceram que averiguam informações publicadas pelo jornal britânico "Daily Mirror", segundo o qual repórteres do tabloide concorrente "News of the World" ofereceram suborno a policiais de Nova York para obter gravações telefônicas de algumas das vítimas do atentado terrorista que completa 10 anos neste ano.

    A reportagem, que cita fontes não identificadas, ainda não foi confirmada independentemente, mas já despertou temores nos Estados Unidos sobre o tamanho no país do escândalo de grampos telefônicos envolvendo a News Corp que atingiu a Grã-Bretanha.

    O procurador de Nova York Normal Siegel, que representa familiares de vítimas do 11 de Setembro em três ações judiciais, enviou cartas nesta segunda-feira solicitando encontros com o diretor do FBI, Robert Mueller, o secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, e o deputado John Conyers, do Comitê Judiciário da Câmara.

    Um porta-voz do FBI disse que não pode passar informações sobre o inquérito, mas disse que o Programa de Assistência a Vítimas do órgão está em contato regularmente com as famílias sobre a investigação.

    "Nós iremos, com certeza, fornecer a resposta apropriada a qualquer carta dos representantes das vítimas do 11 de Setembro", disse Bill Carter, do gabinete nacional de imprensa do FBI.

    Segundo a reportagem do "Daily Mirror", os jornalistas do "News of the World" queriam detalhes das ligações feitas pelas vítimas dos ataques nos dias antes do 11 de Setembro de 2001. O FBI abriu na semana passada uma investigação para determinar se o News Corporation cometeu alguma atividade ilegal nos Estados Unidos.

    ESCÂNDALO

    Há anos há denúncias e relatos de que repórteres do tabloide acessaram ilegalmente mensagens de telefones de políticos, celebridades e membros da família real para obter informações exclusivas.

    Nas últimas semanas, o escândalo ganhou novas proporções com denúncias de que vítimas de crimes e até familiares de soldados mortos nas guerras do Afeganistão e Iraque foram grampeados. Há ainda relatos de que o tabloide teria pago propina a policiais por informações.

    Nesta semana, a comandante da Operação Weeting, que investiga os grampos, Sue Akers admitiu ao Parlamento que apenas 170 pessoas foram contatadas até agora de uma lista de 3.870 nomes, 5.000 telefones fixos e 4.000 celulares.

    O "News of The World" pertencia ao grupo News Corporation (News Corp.), um dos maiores conglomerados mundiais de mídia, pertencente a Rupert Murdoch.

    O tabloide era o jornal mais vendido aos domingos no Reino Unido, com uma circulação média de quase 2,8 milhões de exemplares. Sua última edição, com o título "Obrigado e Adeus", circulou no domingo passado (10), após decisão de Murdoch de fechar a publicação de 168 anos.

    O escândalo também teve repercussão nos negócios de Murdoch. Ele se viu obrigado a retirar a oferta de adquirir a totalidade das ações do canal pago BSkyB, da qual já possui 39%.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024