Uma corte de Arkansas determinou nesta sexta-feira a libertação de três homens condenados pelo assassinato, em 1993, de três escoteiros de 8 anos em West Memphis.
O juiz aceitou a apelação dos três réus, Damien Echols, Jessie Misskelley Jr. e Jason Baldwin, que haviam sido condenados a 18 anos de prisão. Eles serão soltos ainda nesta sexta-feira.
Críticos do julgamento questionavam a falta de evidência direta que ligasse os três aos assassinados e alegavam que a faca apreendida em um lago perto da casa de um deles não é condizente com os ferimentos do garoto.
No julgamento, Baldwin e Echols haviam se declarado culpados de três acusações de assassinato em primeiro grau. Misskelley se declarou culpado de uma acusação de assassinato em primeiro grau e duas de assassinato em segundo grau.
Agora, os réus, conhecidos por seus apoiadores como os 3 de West Memphis, apelaram para uma manobra legal que permite a eles alegar inocência, embora reconheçam que os promotores têm evidência suficiente contra eles.
Dentro deste acordo, eles receberam crédito pelo tempo servido e Echols teve sua pena de morte revogada. Os três vão ficar em um período de dez anos de supervisão e, caso cometam qualquer crime, serão condenados a 21 anos de prisão.
"Eu acredito que será praticamente impossível depois de 18 anos ter um julgamento apropriado neste caso", disse o promotor Scott Ellington. "Eu acho que este caso está fechado e não há outros indivíduos envolvidos".
O caso dos três meninos assassinados atraiu grande atenção pública em 1993. Em 5 de maio daquele ano, Steve Branch, Christopher Byers e Michael Moore, todos com oito anos, foram encontrados nus e amarrados. Por semanas, a comunidade alimentou rumores de uma seita satânica.
Branch e Moore morreram afogados em cerca de 60 centímetros de água. Byers, por sua vez, morreu de hemorragia e teve suas genitais mutiladas e parcialmente removidas.
A polícia tinha poucas pistas até receber uma denúncia de que Echols foi visto coberto de lama na noite do desaparecimento dos meninos. Tempos depois, Misskelley surpreendeu os policiais ao confessar o crime e implicar Baldwin e Echols.
Na confissão, Misskelley descreveu a violência do crime a a sodomização dos garotos e disse que fugiu em pânico em determinado momento. Sua confissão, contudo, tinha discrepâncias e acabou sendo rejeitada na corte.
Os três foram condenados, mesmo diante do apelo da defesa de que não havia provas suficientes para ligar os réus ao crime.