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    Mario Monti aparece favorito para substituir Berlusconi

    DA REUTERS, EM ROMA

    10/11/2011 10h34

    O nome do ex-comissário europeu Mario Monti surgiu nesta quinta-feira como favorito para substituir Silvio Berlusconi no cargo de primeiro-ministro da Itália, num momento em que a crise da dívida no país ameaça toda a zona do euro.

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    Há várias semanas os mercados já falam em Monti como o nome mais indicado para comandar um governo de unidade nacional, que seria responsável por impor medidas de austeridade urgentes.

    Fontes do partido de Berlusconi, o PDL (Povo da Liberdade), disseram que o premiê agora estava convencido de que seria melhor não convocar eleições, numa mudança brusca de posição.

    Berlusconi anteriormente havia dito que via a antecipação das eleições como a única opção realista assim que renunciar ao cargo, o que ele disse que pretende fazer tão logo um pacote de reformas econômicas urgentes for aprovado pelo Parlamento, dentro de alguns dias.

    Atenuando a crise política, o PDL parecia ter abandonado sua insistência de eleições antecipadas, e disse cogitar o apoio a um gabinete comandado por Monti. "O PDL não pode simplesmente seguir o grito do núcleo duro por eleições. Há o interesse nacional, que vem antes de tudo", disse o chanceler Franco Frattini ao jornal "Corriere della Sera".

    O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, nomeou na quarta-feira como Monti senador vitalício, num sinal de que deve convidar o acadêmico para tentar formar nos próximos dias um governo de base ampla.

    CRISE

    A Itália passa por um teste econômico já nesta quinta-feira, quando o Tesouro deve lançar mais 5 bilhões de euros em títulos com vencimento para 12 meses. Na quarta-feira, os juros para esse tipo de papel se aproximaram dos 7%, limite que especialistas consideram perigoso, e que já levou Grécia, Portugal e Irlanda a pedirem socorro internacional.

    Num sinal da tensão, o diário econômico "Il Sole 24 Ore" publicou na sua manchete, em letras garrafais, a frase "tenham pressa", num apelo à classe política.

    O líder da bancada parlamentar do PDL, Fabrizio Cichitto, disse nesta quinta-feira que o partido estava analisando duas opções, pressionar por eleições ou apoiar um governo liderado por Monti, mas ainda não havia chegado a uma decisão.

    Foi a primeira vez em que o PDL afirmou que consideraria um governo de coalizão -- uma opção à qual antes se opunha fortemente.

    Na quarta-feira, Napolitano tentava desesperadamente acalmar os mercados, oferecendo garantias de que Berlusconi cumprirá sua promessa de deixar o cargo assim que o Parlamento aprovar reformas econômicas. Mas a pressão dos mercados continuou, e os juros sobre os títulos de 10 anos chegaram a cerca de 7,3%.

    Respeitado economista, Monti atualmente é reitor da prestigiosa universidade Bocconi, de Milão. Ele é visto como um negociador duro, que se habituou a enfrentar interesses corporativos poderosos na época em que foi comissário europeu na área de Concorrência.

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