Vendedores ambulantes da Broadway, rua de teatros de Nova York, estão oferecendo aos espectadores a cédula de cem pesos argentinos com o rosto da ex-primeira-dama Evita Perón por US$ 50 (R$ 102), mais que o triplo do valor da mesma cédula no câmbio original.

Lançada no ano passado pelo governo argentino, a nota com o rosto de Evita é um sucesso de vendas entre os ambulantes que ficam na saída do teatro da Broadway em que é exibida a peça "Evita", onde os expectadores a compram como lembrança.

	Juan Mabromata/France Presse
	Reprodução da nova nota de 100 pesos argentinos com rosto de Evita; notas são vendidas a US$ 50 em NY

Nos últimos anos, a protagonista foi interpretada pela atriz Elena Rogers. O musical ainda tem a participação do cantor porto-riquenho Ricky Martin e música de Andrew Lloyd Webber. A peça deu origem ao filme homônimo de 1996, em que Madonna interpretou a mulher do ex-presidente Juan Domingo Perón.

Segundo turistas argentinos ouvidos pela publicação, as notas tem grande procura pelos espectadores da peça, que saem emocionados do espetáculo. No entanto, um argentino que queira vendê-la a um dos ambulantes paga o valor de face.

POLÊMICA

A venda das notas acontece em meio à polêmica provocada pelas restrições do governo argentino à compra de dólares. Caso o viajante consiga a aprovação das autoridades para a compra, ele pagará a cotação oficial, que está em 4,60 pesos para cada dólar.

Se não for possível, ele terá que recorrer ao mercado paralelo, que não é regulamentado pelo governo, e pagará mais alto. Nesta sexta, o dólar paralelo custava 7,06 pesos nas ruas de Buenos Aires.

A cédula com o rosto de Evita foi apresentada pela presidente Cristina Fernández de Kirchner em julho. A primeira tiragem apresentou defeitos de impressão, o que provocou rejeição entre os comerciantes.

Cerca de 20 milhões de notas com o rosto de Evita estão em circulação no país sul-americano, junto com outros 1,2 bilhões de cédulas de cem pesos tradicionais, com o rosto do ex-presidente Julio Argentino Roca.

As notas são as de maior valor do país e a frequência em seu uso aumentou junto com o crescimento da inflação que, nos últimos quatro anos, manteve média de 25%, muito embora a medição do governo aponte apenas 10%.