O embaixador da Coreia do Sul na ONU afirmou, nesta segunda, que um teste nuclear norte-coreano "parece ser iminente".
O país é detentor da presidência rotativa do Conselho de Segurança da ONU no mês de fevereiro, mas o embaixador, Kim Sook, disse que falava como enviado sul-coreano ao pedir que o órgão responda com "medidas muito firmes e resolutas" às ações do país vizinho. Segundo o embaixador, há "atividades intensas" de natureza nuclear acontecendo na Coreia do Norte e "todos estão vendo".
Kim acusou Pyongyang de violar as resoluções do conselho, que banem testes nucleares e de seus mísseis, e ameaçar a paz na península e no norte da Ásia.
No domingo, o recém-empossado secretário de Estado dos EUA, John Kerry, conversou por telefone com o ministro das Relações Exteriores sul-coreano, Kim Sung-hwan, sobre o assunto. Segundo comunicado do Departamento de Estado, ambos concordaram que a Coreia do Norte deve compreender "que enfrentará consequências significativas da comunidade internacional se prosseguir com seu comportamento provocativo".
Pouco antes, a agência oficial de notícias da Coreia do Norte afirmou que o líder do país, Kim Jong-un, "havia tomado uma decisão importante" que fortaleceria a nação. O comunicado não detalhou a mensagem, mas a inteligência sul-coreana já havia detectado, no dia anterior, novos indícios de atividade na base norte-coreana de Punggye-ri.
"Detectamos, em um túnel na parte sul das instalações de Punggye-ri, que os trabalhos que supostamente fazem parte dos preparativos para o teste nuclear entraram em sua última fase", afirmou o porta-voz em declarações recolhidas pela agência Yonhap.
"A Coreia do Norte poderia realizar o teste tanto no túnel oeste como no túnel sul. De fato, as atividades no túnel sul poderiam estar destinadas a desviar nossa atenção do túnel oeste. Por isso estamos vigiando cada movimento de perto", acrescentou hoje o porta-voz do Executivo sul-coreano.
A base de Punggye-ri, que conta com pelo menos três entradas à rede de túneis e com vários edifícios auxiliares, é o local onde os analistas consideram que acontecerá o teste, dado que o regime comunista de Pyongyang usou estas instalações nos que realizou em 2006 e 2009. Há suspeitas, no entanto de que o país possa utilizar, pela primeira vez, urânio altamente enriquecido nos testes.