• Mundo

    Wednesday, 01-May-2024 22:46:29 -03

    Militar diz que vazou dados ao WikiLeaks para revelar abusos dos EUA

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    28/02/2013 16h38

    O militar americano Bradley Manning admitiu nesta quinta-feira que divulgou dados confidenciais do governo dos Estados Unidos ao site WikiLeaks. Ele reconheceu o crime, mas disse que o fez para poder revelar abusos cometidos nas guerras do Afeganistão e do Iraque.

    Manning está preso desde 2011, acusado de 22 crimes, dentre eles vazamento de informação e traição aos Estados Unidos devido ao vazamento de informações ao site comandado por Julian Assange. A divulgação de documentos pelo WikiLeaks foi o maior vazamento de dados da história americana.

    Mark Wilson-23.fev.12/France Presse
    Bradley Manning, 25, diz à Justiça que vazou dados ao Wikileaks para revelar abusos de militares dos EUA
    Bradley Manning, 25, diz à Justiça que vazou dados ao Wikileaks para revelar abusos de militares dos EUA

    Em declaração de 35 páginas no tribunal militar onde será julgado, o soldado reconheceu dez dos 22 crimes, incluindo o vazamento de informações. "Eu acredito que se o público em geral tem acesso à informação, isso pode levar a um debate doméstico sobre o papel dos militares e da política externa em geral".

    Os dez crimes que admitiu possuem pena combinada de 20 anos de prisão. Porém, Manning negou ter cometido outros 12 delitos, incluindo o de traição aos Estados Unidos e fornecimento de informação ao inimigo, usando como argumento a necessidade de revelar os excessos dos militares americanos.

    "Sabia que tinha conseguido algo que me permitiria ter a consciência tranquila", disse.

    O militar é acusado de divulgar milhares de documentos e informações do Exército sobre operações nas guerras do Iraque e do Afeganistão, comunicações do Departamento de Estado, informações sobre a base militar de Guantánamo e alguns vídeos.

    Dentre eles, estão as imagens da morte de cem civis após um bombardeio de um helicóptero Apache no Iraque, em 2010. No vídeo, os militares demonstraram frieza e prazer com a ação, além de usar vocabulário depreciativo para descrever os iraquianos.

    REVELAÇÃO

    Manning disse que tentou primeiro filtrar essa e outras informações para entregá-las aos jornais "Washington Post" e "New York Times", dois dos mais importantes nos Estados Unidos, além do portal Politico. Ambos rejeitaram a fonte.

    Ele disse que acabou escolhendo o WikiLeaks após ter conversado com uma pessoa pela internet, que usava um pseudônimo, mas que acredita ser o fundador do site, Julian Assange. O militar atribuiu a sua curiosidade e interesse por geopolítica a filtragem das informações sigilosas que, para ele, não causaria nenhum dano.

    Mais cedo, seu advogado de defesa, David Coombs, leu um comunicado em que Manning se diz inocente de 12 acusações, incluindo o crime de traição à pátria, o mais grave ao qual é acusado e cuja condenação é a prisão perpétua.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024