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    Acre decreta 'emergência' por imigrantes

    REYNALDO TUROLLO JR.
    DE SÃO PAULO

    10/04/2013 04h00

    O governo do Acre decretou ontem situação de emergência social nos municípios de Brasileia e Epitaciolândia, na fronteira com a Bolívia, devido a um novo boom de imigrantes ilegais entrando no Brasil por aquela região.

    A novidade é que o fluxo de haitianos fugindo da pobreza agravada pelo terremoto que devastou o país em 2010 somou-se a pessoas oriundas de países como Senegal, Nigéria, Bangladesh e República Dominicana.

    Após um período de estabilização do fluxo imigratório, 1.100 imigrantes entraram no Acre pela fronteira nos últimos 15 dias, segundo o governo do Estado, o que pôs a região em alerta.

    Editoria de Arte/Folhapress
    ACRE TEM NOVA ROTA DE ENTRADA ILEGAL Além de haitianos, imigrantes do Senegal chegam sem visto ao Brasil
    Além de haitianos, imigrantes do Senegal chegam sem visto ao Brasil

    "A rota [aberta por haitianos] se transformou numa rota organizada internacionalmente por coiotes [atravessadores], que encontraram as fronteiras de Equador, Peru, Bolívia e Brasil abertas", disse o secretário estadual de Justiça e Direitos Humanos, Nilson Mourão.

    Uma das novas rotas de entrada é a de senegaleses que saem da África em direção à Espanha e de lá embarcam para o Equador. No país sul-americano, eles se juntam aos haitianos. A partir dali, a rota mais frequente passa por Peru e Bolívia até o Acre.

    Com o aumento do fluxo, mais de 1.200 imigrantes, a maioria haitiana, se espremem em um abrigo para 200 pessoas em Brasileia, à espera de protocolos de entrada no país, emitidos pela PF e que permitem o trânsito rumo a outras regiões brasileiras.

    Como a PF emite hoje apenas dez protocolos por dia, esses imigrantes estão "estacionados" em Brasileia. "O problema mais difícil é espaço, colchão e água. E uma possível epidemia de dengue ou malária", disse o secretário.

    COBRANÇA

    O governador do Acre, Tião Viana (PT), disse que o Estado é incapaz de resolver o problema sozinho e cobrou ação federal. "O Estado já assumiu mais de R$ 3 milhões no tratamento dessa questão. A União nos ajudou com R$ 600 mil, mas precisamos de uma medida definitiva do Ministério das Relações Exteriores."

    O Itamaraty informou que se reuniu ontem com representantes dos ministérios da Justiça e do Desenvolvimento Social para tratar do tema.

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