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    Dennis Rodman revela detalhes sobre viagem à Coreia do Norte

    CHOE SANG-HUN
    DO "NEW YORK TIMES", EM SEUL

    10/09/2013 12h39

    Dennis Rodman, astro aposentado do basquete norte-americano, disse na segunda-feira que durante sua visita à Coreia do Norte na semana passada, o líder do país, Kim Jong-un, confiou nele o bastante para permitir que carregasse no colo sua filhinha ainda bebê.

    Ele também foi convidado pelo ditador norte-coreano a levar uma equipe formada por ex-astros do basquete a Pyongyang, e para treinar a seleção norte-coreana para a próximas Olimpíadas.

    Timothy Clary/AFP
    Em entrevista, o ex-astro da NBA Dennis Rodman disse que usará basquete para retomar relações dos EUA com Coreia do Norte
    Em entrevista, o ex-astro da NBA Dennis Rodman disse que usará basquete para retomar relações dos EUA com Coreia do Norte

    Rodman, que já tinha visitado Pyongyang a convite de Kim, resolveu, com isso, um mistério sobre o líder norte-coreano.

    Ainda que Ri Sol-ju, a mulher de Kim, tenha sido vista grávida em imagens da televisão norte-coreana, em maio, nenhum estrangeiro reportou ter visto o bebê, muito menos tê-lo carregado no colo. Em entrevista ao jornal "Guardian", no domingo, Rodman disse que a menina se chama "Ju-ae".

    Falando em entrevista coletiva organizada segunda-feira em Nova York pela Paddy Power, a companhia irlandesa de apostas que ajudou a financiar sua viagem à Coreia do Norte, Rodman também revelou que Kim tem 30 anos e que seu aniversário é em 8 de janeiro. A idade e a data do aniversário confirmam dados revelados por agentes de inteligência sul-coreanos.

    Kim e Rodman fizeram uma estranha amizade, iniciada na primeira visita do excêntrico astro do basquete a Pyongyang, em fevereiro. Durante a visita, Kim organizou festas para Rodman e os dois assistiram juntos a um jogo de basquete. Rodman depois disso professou publicamente sua afeição pelo "amigo" Kim.

    Na segunda-feira, ele contou que Kim o autorizou a escrever um livro sobre ele. "Se você conhece o marechal, sabe que ele é um bom sujeito", disse Rodman, usando a patente militar de Kim. "Não quer uma guerra".

    "Se ele desejasse bombardear quem quer que fosse no planeta, já o teria feito", disse Rodman, em aparente referência a recentes medidas de Pyongyang para relaxar as tensões depois de meses de ameaça no começo do ano.

    Rodman anunciou que organizaria um time com 12 ex-jogadores da NBA para ir com ele a Pyongyang por uma semana, em janeiro. Disse que esperava recrutar pessoas como seu ex-colega de time no Chicago Bulls, Scottie Pippen, e Karl Malone.

    Eles enfrentarão uma equipe norte-coreana em 8 de janeiro e farão nova partida dois dias mais tarde. Kim prometeu que os jogos acontecerão em um estádio com capacidade para 95 mil torcedores.

    Rodman disse que planejava viajar a Pyongyang em dezembro para ajudar a selecionar e preparar a equipe norte-coreana. Uma segunda série de partidas entre os times será jogada em junho na Europa, nos termos de um acordo entre o ministro norte-coreano do Esporte e Rodman, o texto do qual foi lido durante a coletiva da segunda-feira.

    Rodman disse ter aceito o convite de Kim para dirigir a equipe olímpica de basquete da Coreia do Norte.

    Os críticos classificam as visitas de Rodman a Pyongyang como propaganda para ele e Kim, um ditador brutal cujos campos de trabalho supostamente detêm dezenas de milhares de prisioneiros políticos. Mas Rodman declarou na segunda-feira que sua diplomacia do basquete tinha por objetivo "abrir portas" e "reduzir distâncias".

    Ele criticou o presidente Barack Obama por não dialogar com Kim. Falando de seu "acesso especial" a Kim, ele desafiou Obama a visitar o líder norte-coreano e conversar com ele.

    "Basta ligar, isso é tudo que ele quer", disse Rodman, admitindo que Kim desejava "mudar" e queria conversar com Washington. "Não somos um país mau", ele diz que Kim afirmou sobre a Coreia do Norte.

    Rodman disse que não estava usando sua amizade com Kim para tentar obter a libertação de Kenneth Bae, missionário norte-americano detido no país por "atos hostis". "Se vocês querem a libertação desse cara, por que não pedem a Obama?", ele afirmou.

    Tradução de PAULO MIGLIACCI

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