"Não sei se foi por falta de tempo, mas o companheiro Lula visitou a Bolívia várias vezes. Cada presidente tem suas próprias particularidades, mas não há nenhum problema. A Dilma nunca veio, mas confio muito nela", disse o presidente Evo Morales em entrevista ao canal Unitel, na noite do último domingo (5).
Morales não quis comentar o resultado do primeiro turno da eleição brasileira, que acabava de sair, mas reforçou que a relação da Bolívia com o Brasil não estava abalada por causa da presença de refugiados políticos no país vizinho, como o ex-senador Roger Pinto e o ex-promotor Marcelo Soza.
Já o candidato opositor, Doria Medina, usou a eleição brasileira para tentar um pouco mais de esperança em seu eleitorado. "Como mostra o resultado de hoje no Brasil, as pesquisas podem falhar", referindo-se à diferença menor do que a esperada entre os candidatos do PT (Dilma Rousseff) e do PSDB (Aécio Neves).
Doria Medina está num distante segundo lugar, com 17,9% dos votos.
A imprensa local deu amplo espaço para a eleição brasileira, colocando o foco na queda de Marina Silva: "Duro castigo do eleitorado contra a ecologista", disse o "La Razón".
A eleição de Romário como senador, no Rio, também foi mencionada: "Mais um golaço", estampou o "El Deber", de Santa Cruz de la Sierra.
Nesta segunda (6), o Tribunal Eleitoral disse que fiscalizará rigorosamente os locais de votação para impedir que as pessoas entrem com aparelhos celulares e façam fotos.
Os "selfies" brasileiros realizados no último domingo foram exemplos do que não fazer.
JUSTIÇA
Diante das severas críticas da oposição em relação ao atual funcionamento da Justiça, com a divulgação de vários casos de impunidade, Evo admitiu que se equivocou ao defender a eleição de autoridades judiciais por meio do voto popular, que acabou virando lei na Constituição de 2009. "Lamento muito, me dói muito", disse.