Os americanos Kenneth Bae e Matthew Miller, que foram libertados neste sábado (8) na Coreia do Norte, já se encontram em solo americano —o diretor de Inteligência Nacional, James Clapper, acompanhou os ex-prisioneiros na viagem de volta para a casa.
Num boeing com as palavras "Estados Unidos da América" grafadas na lataria, eles aterrizaram na base de Lewis-McChord, próximo a Tacoma, em Washington, onde membros das famílias os esperavam.
David Ryder/Reuters | ||
Kenneth Bae encontra sua família em solo americano |
Bae desembarcou sorrindo do avião e, ainda na pista, teve um encontro emocionante com sua mãe, irmã, irmão e sobrinhos. Foi seguido por Miller, logo em seguida, que também abraçou familiares ali. Ambos tinham o cabelo cortado rente.
Bae agradeceu ao presidente Barack Obama e ao governo norte-coreano por sua libertação. "Foram dois anos incríveis. Eu aprendi muito, cresci muito e estou forte graças a todas as pessoas que me apoiaram", declarou em entrevista coletiva. Sobre sua saúde, disse ter perdido muito peso e que estava se recuperando.
Miller não quis falar com a impressa. Ele cumpria uma sentença de seis anos de prisão sob acusações de espionagem. Foi detido em abril no aeroporto da capital norte-coreana após ter supostamente rasgado seu visto de turista e pedido asilo.
Segundo a Coreia do Norte, Miller queria vivenciar a experiência na prisão para secretamente investigar a situação dos direitos humanos no país asiático.
Bae, do Estado de Washington, é um missionário norte-coreano com problemas de saúde. Preso em 2012, ele cumpria uma sentença de 15 anos por supostas atividades antigoverno.
A inteligência norte-americana participou ativamente do processe de soltura. Nas negociações, eles pediam a soltura do reféns por "questões humanitárias", uma vez que Bar tinha vários problemas de saúde (diabetes, coração dilatado, visão baixa e dores nas pernas e nas costas).
O governo norte-coreano emitiu um comunicado dizendo que havia recebido um "pedido de desculpas sincero de Obama" pelo comportamento de Bae e Miller em seu país. O mesmo comunicado afirma que os ex-prisioneiros estavam arrependidos de seus crimes.
Não está claro os motivos que levaram Pyongyang a libertar os prisioneiros, mas funcionou como forma de campanha diplomática para contornar acusações da ONU sobre violações de Direitos Humanos. A Coreia do Norte, já sofre sanções internacionais devido a seus programas nucleares.