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    Papa diz que preocupação com os pobres é Evangelho, não comunismo

    DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

    11/01/2015 17h13

    Em entrevista publicada neste domingo (11) pelo jornal italiano La Stampa, o papa Francisco reafirmou que sua preocupação com os pobres e sua crítica ao sistema econômico global não é uma novela de inspiração comunista, mas, sim, a premissa da fé cristã.

    Evandro Inetti/Xinhua
    O papa Francisco, que pediu mais ética na economia e melhor distribuição dos recursos da Terra
    O papa Francisco, que pediu mais ética na economia e melhor distribuição dos recursos da Terra

    O papa exigiu mais ética na economia e melhor distribuição dos recursos da Terra. Ele condenou enormes salários e bônus, chamando-os de sintomas de uma economia baseada na ganância e também disse que a especulação em commodities de alimentos foi minando a luta global contra a pobreza e a fome.

    Alguns conservadores dos EUA o estigmatizaram como um marxista por suas críticas frequentes ao consumismo e seu foco à igreja, "que é pobre e para os pobres".

    "Se eu repetir alguns sermões dos primeiros padres da Igreja no segundo ou terceiro séculos sobre como os pobres devem ser tratados, alguns me acusariam de pregar uma homilia marxista", disse ele.

    Mas em uma entrevista contida em um novo livro —"This Economy Kills", um estudo dos ensinamentos econômicos e sociais do papa que será publicado nesta semana em italiano—, Francisco explica que a sua mensagem está enraizada no Evangelho e foi ecoada por padres da Igreja desde os primeiros séculos do cristianismo.

    "O Evangelho não condena os ricos, mas a idolatria da riqueza, a idolatria que faz as pessoas indiferentes ao apelo dos pobres", afirma Francisco no estudo.

    Especificamente, o papa Francisco resumiu um versículo do Evangelho de Mateus, que é a declaração de missão essencial do seu pontificado.

    "Eu estava com fome, eu estava com sede, eu estava na prisão, eu estava doente, eu estava nu e você me ajudou, me vestiu, me visitou, cuidou de mim".

    "Cuidados com o próximo e para aqueles que são pobres, que sofrem no corpo e na alma, para aqueles que estão em necessidade: esta é a premissa. Isso é pauperismo? Não. É o Evangelho".

    "Como podemos ver, esta preocupação com os pobres está no Evangelho, é dentro da tradição da Igreja, não é uma invenção do comunismo e ele não deve ser transformado em alguma ideologia, como tem acontecido algumas vezes antes no curso da história ", completou, numa aparente referência à teologia da libertação de inspiração latino-americana.

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